segunda-feira, setembro 21, 2009

Speechless (sem palavras)!


Tempos lá vão e foram em que ficar sem palavras era a manifestação mais provável de um qualquer bem-estar que finalmente era decidido, acontecido ou encontrado.


As esquinas mantêm-se e são idem viradas para surpresa de nós muitos, os que distraídos vivem por incapacidade e não por compra de fichas para o hoje jogo da distracção. E ficar sem palavras é agora isto, uma e outra e outra vez: o fantástico espectáculo da quase universal estupidez humana, ano domini 2009.

Aplicando um pequeno rewind sobre conversa prévia, vi umas semanas atrás o enésimo doc – podíamos-lhe chamar docudrama – sobre “a imensidade do universo” – sim, nós sabemos que sim – e lá era referido como a ditosa pátria minha amada, ie o cérebro humano, seria a máquina privilegiada para melhor o entender. Seria, Cova da Iria, porque para milagres o céu anda nublado e curto. Certo. Uma praia do Algarve e vários centros comerciais depois, digamos que estou esclarecido.

Sei porém para quê queria eu este universo, para além do meu isolado e não partilhado espanto perante a sua negra e fina beleza. Adquirida a potência para o adequado disparo porque não mandar no sentido do eterno nada – o mesmo falado universo, as pessoas “a”, “b”, “c”, enfim, teremos que usar vários alfabetos para, e mesmo assim...

Temos a situação documentada, e é o universal drama! Resta-nos vivê-lo?








P.S.: tema de Robert Wyatt, disco Old Rottenhat.