sexta-feira, junho 13, 2008

Paradise Now 2005




Paradise Now, realizado por Hany Abu-Assad, é - só pode ser - uma fábula sobre o que é ser palestiniano. A história é simples, dois amigos palestinianos são introduzidos no filme para depois alguém os querer extrair da forma mais brutal, como bombistas suicidas, lembremos que a promessa é a chegada ao Paraíso, imediatamente – a questão das virgens não sendo demasiado ventilada. É e não é uma fábula porque não estamos habituados a ver os palestinianos como pessoas assim, capazes de namoro, capazes de indecisão, de arrependimento, de choro. Submetidos a rétoricas de branco-e-preto mas perfeitamente capazes de ver todos os matizes do cinzento, chocados embora com o festival de cores que é Israel, o Inimigo, nisso estamos todos de acordo. O filme começa aliás num checkpoint israelita, começa portanto a desenhar o quotidiano destas gentes, Nablus west bank - Gaza é bem pior ainda. No fim nem é um grande filme (mas é bom, bem feito, escorreito, bem desenhado), nem toda a gente morre, nem ficamos nada felizes. É porém dos filmes mais importantes para ver neste princípio de século, até para mostrar que tudo está igual e nada foi feito para que o cenário deste filme (filmed on location, of course) mudasse.

P.S.: a presença feminina no filme é de realçar, não se trata portanto de um filme apologista do Hamas, está garantido.

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