quinta-feira, dezembro 01, 2005

O Espanhol Suave

"18 de Maio de 2005

Três jovens militantes da organizaçom juvenil independentista BRIGA fôrom detidos na manhá de hoje quando cortavam os pés à estátua de Millán Astray na praça do mesmo nome da cidade da Corunha. A acçom antifascista foi realizada com umha rebarbadora, nom chegando a consumar-se por pouco. Umha carrinha da polícia de choque espanhola e vários carros patrulha chegárom ao local e detivérom os três jovens, que nestes momentos continuam detidos na esquadra policial das Lonças.

A acçom de hoje fai parte da multitude de iniciativas semelhantes que se tenhem repetido nos últimos anos ao longo da geografia galega, e que já permitírom a eliminaçom de importantes símbolos do fascismo espanhol dos nossos espaços públicos. Ao mesmo tempo, BRIGA explica no seu web nacional que o acto da Corunha se enquadra na campanha popular contra o desfile do Exército espanhol previsto para o dia 29 de Maio das ruas corunhesas. BRIGA afirma que a estátua "é um insulto aos milhares de pessoas que luitárom contra o fascismo e que ainda o fam, um insulto na face da juventude galega da que este exército fascista leva nutrindo-se desde há séculos"."

Com esta transcrição pretendo lembrar que a transição espanhola não foi uma revolução. E que o mito (ou realidade) das duas espanhas criou esta ausência de limpeza toponímica que faz com que na Coruña haja uma praça onde aliás existe uma casa que me traz gratas recordações, chamada General Millán Astray. Quem foi este? Ainda está por saber se herói de Espanha ou apenas do fascismo. Inventor da Legião Espanhola, admirador do código samurai, olho e braço perdidos em Marrocos, criador do mito Franco Caudillo de España e da Radio Nacional de España. O seu grito preferido era "Viva la muerte!" E numa famosa discussão pública com o reitor da Universidade de Salamanca, apenas Miguel de Unamuno, também simpatizante de Franco, lançou outro famoso grito, o de "Abajo la Inteligencia!"
Tem portanto na Coruña este homem uma estátua. Junto a ela sentei-me eu de passagem algumas vezes nuns bancos que para ali há. A estátua está bem situada, a zona é bairro de militares, em transição entre Maria Pita e a Cidade Vella, com os quartéis ali ao lado.
A esta estátua então uns jovens nacionalistas quiseram cortar os pés com uma rebarbadora. Depois de um olho e de um braço... pobre Millán Astray!

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