terça-feira, outubro 25, 2005

Lá estavas tu na FNAC...

Comprara o teu livro em outro hipermercado, meia hora antes, fôra portanto ao Arrábida como que fazer um domicílio e encontrara-te da melhor forma, a escrita, na preta Almedina. Depois, o domicílio ainda por fazer e recambiado para norte, enderecei o devaneio consumista do costume para a FNAC, uma volta dos tristes como dava de carro com o meu pai todos os domingos pela ria, agora culturalmente muito superior. Cêdês, um e dois e três, passar pela poesia à procura dos nomes do costume, os desgostos do costume também, a ti não que já te levava debaixo do braço. E lá estavas tu, a recuar um passo e a salivar palavras de jovem para uma penetrante criatura do sexo feminino, o olhar perdido de quem quer e não quer estar ali a fazer aquilo, encartar conversa. Rodeei-te e declinei o verbo "passar ao lado", não queria interromper a justa batalha que travavas. Aliás, não te interrompo há um certo tempo. Os cêdês já estavam na minha mão, de jeito nem um livro de poesia, o teu ainda não sei, hoje ainda não sei, juro. A FNAC é como um casino para mim, nela perco muito dinheiro às vezes, outras vezes não. Só te posso portanto agradecer o ter voltado mais cedo para casa.

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