A casa Pritzker, ou quase...
Atravancado por gente que quero tanto e coisas que me vão acontecendo e dando que fazer, o tempo, esse rapazinho brincalhão, nunca chega, ou está sempre de partida.
Por milagre dos peixes estive em casa de gente muito amiga aqui há umas semanas. O que era para ser um almoço transformou-se numa longa tarde. Conhecer de quem gostamos tem esta coisa do tempo a pedir interpenetração, como se dedos. Logo no dia antes de partir para essa casa que adorei conhecer, tinha já decidido que livro queria eu comprar para oferecer e ser a minha unha na casa, uma pequena marca, um "xis". Não encontrei o livro, arrastei quem quero tanto na minha busca e nada, chegámos até um pouco mais atrasados do que previsto. Bom, já encomendei, e tenho procurado. É um lindíssimo e esguio livrinho de que só possuo um dos três exemplares que procuro. Um que já deixei, um que comigo fique para sempre, outro para a casa que visitei.
Como viver sem procurar o muito bom, o excelente? Assim foi aquela tarde, mesmo que a ausência do livrinho como retribuição - um nada - me leve a dizer que a perfeição não existe, a sua morada é incerta, as coordenadas confusas, o espaço que nos permitem manifestamente pequeno para esta tamanha exigência que em nós resiste, eu sei, mas não podemos parar de tentar ir para lá... não é, Sandra?
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