domingo, abril 03, 2011

About "Blue Valentine".

O que este filme consegue fazer e bem é separar o mais possível os tempos, embora os entrelace  e misture. O antes do casamento, ie, o namoro, o encantamento, e o depois, cinco-dez anos... Consegue-o sobretudo através do trabalho feito sobre o par masculino, a quem o tempo e o filme transformou por completo, embora a crueldade suavezinha do mesmo filme permita facilmente adquirir que a história ia ser assim, ela ia evoluir daquela maneira e ele desta maneira. Eis o "quid", o interrogante que fica no fim, por entre os fogos-de-artifício e uma menina que não entende o que aconteceu aos seus pais: como evoluir, ou envelhecer, ou amadurecer, ou entardecer convergindo, aconchegando, não largando da mão de. Porque ganharam ele tantos quilómetros de distância um do outro?
Este filme é um aviso? Sim e não, como muitos livros, discos, momentos, noites e dias o podem ser. "Não digas que não te avisei" é o cartaz mais visível por todas as esquinas sempre e porém...
É, os anos passam, também as emoções, a ilusão, ou a alucinação que não é bem o mesmo. Lembras-te? Na alucinação acreditamos, na ilusão criticamos, era assim que nas aulas de Psiquiatria se definia e defendia o bom-nome das perdições. É então uma alucinação o amor, a paixão funda e alta, porque sem crer como querer?
No fim de tudo sobem os foguetes mas na terra ficamos nós, ou melhor, cada um em seu sítio, uma menina pelo meio.
É, este é um bom filme porque conta uma história "to which we all can relate"...