"Que virá, quando ouvires dizer que vem?"
Que virá, quando ouvires dizer que vem?
E como, se ao chegares nada aparecer?
Mergulhador nocturno, mergulhador diurno
ao fôlego que resta haverás de confiar
o que em fundura chama e à superfície ecoa.
Em breve ficas pronto para nada perguntar
ouvindo o que vier, recebendo o que chegar.
Não é preciso o que, nem necessário o onde
o para quê de quando, o para quem de como.
E chegará sem porque e falará nem quanto
por entre contra e dentro, perante quase em tudo
apenas vindo assim, sem modo, com chegando.
Carlos Poças Falcão, primeiro poema da sequência Dodecaemas, livro Nuvem, ed. Pedra Formosa, 2000.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home