segunda-feira, novembro 30, 2009

L'Année Dernière À Marienbad


Não, nada aconteceu. E muito menos estive eu ontem à tarde a ver na minha velha de 13 anos televisão a 2ª longa metragem do meu bem-amado Alain Resnais.
Por adequada que seja a transcrição para DVD, por aferido que esteja o ambiente para o visionamento de tão difícil obra, népias. L'Année Dernière À Marienbad não permite ser visto em espaços tão restritos, com meios tão primitivos. Pede uma sala de cinema, e ampla, a poder ser. Para que o seu negro-e-branco se espraie com deve ser, as geometrias, o frio barroquismo, a banda sonora exasperante, surrealista. É um filme do seu tempo, pendurado do guião áspero de Alain Robbe-Grillet. X quer A, a quem quer convencer que seduziu no ano anterior, em Marienbad. E há M.

Existem mil interpretações à volta de um filme quase impenetrável. Freud, claro. O surrealismo e o Nouveau Roman. Um esquema de dream-within-a-dream que depois usaria D Lynch por ex. em Mulholand Drive. Buñuel, também, claro, pela possível maldade. Mas este é um filme muito francês, intelectualmente francês, intratávelmente francês. Onde dizem que também aparece Hitchcock! Um filme que eu aliás acabei por não ver, ontem à tarde.