O Ciclismo Profissional morreu hoje
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O recente vencedor do Tour de France, Floyd Landis, testou positivo para testosterona. Vencedor de uma espantosa etapa com fim em Morzine, com uma fuga homérica a lembrar não Amstrong, o homem do cálculo, mas Merckxx, o canibal, veio afinal agora "explicar-nos" como conseguiu.
O ciclismo profissional, desporto duro entre os duros, popular entre os populares, sempe viveu de gestas heróicas, sacrifícios imensos, duelos e dramas.
Imediatamente antes do início do Tour algumas dezenas de atletas implicados num escândalo espanhol de doping foram impedidos de entrar na prova. Impedido foi por ex. o vencedor do Giro de Italia deste ano, Ivan Basso, e que este ano parecia estar particularmente bem (a sua vitória no Giro hoje que valor tem?). Tudo isto não impediu a desgraça.
Claro que no ponto em que estamos, quando se acumulam as evidências do doping generalizado nos melhores ou, se calhar, em todos os corredores, tem sentido repensar as loucuras de Anquetil nos anos 50, o canibalismo e a capacidade sobrehumana de Merckxx nos 60, a dureza de Hinault nos 80, a performance indelével de Indurain nos 90. Eram eles os melhor dotados, ou os melhor dopados? Anquetil costumava dizer que não subia montanhas com chás e caldos de galinha...
Subir o Galibier, o Tourmalet, o Alp d'Huez, montanhas mágicas que criaram e destruiram heróis, "deuses da estrada". Agostinho fez-se grande nelas. Mas testou positivo várias vezes, lembram-se?
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O ciclismo profissional vive da publicidade. Vai portanto deixar de viver. Quem vai querer publicitar isto?
Etiquetas: desporto
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