quinta-feira, abril 29, 2010

JS

Estou mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo farto de ouvir falar o Sócrates.

Carregadores

Eis uma derivação verbal que para muito serve. Se o jogo é duro e servido pelo meio, temos o carregador de pianos. Se escasso e maduro para ser virado na segunda parte é preciso um carregador de telemóvel, já que é preciso telefonar a pedir instruções. Se a encosta é empinada e o sol incide com o ângulo certo e adequado para queimar, necessitamos um carregador dos antigos, que levava uma arca às costas com o enxoval.
Ora bem: o jogo é duro e está servido no meio da praça; escasseiam as forças, duvidamos da energia; vejo degraus íngremes e muitos.
Venham os carregadores.

Barcelona 1 Inter 0

Nada mais tenho a dizer.

Maio

Mês de flores.

terça-feira, abril 27, 2010

Leituras

Enrique Jardiel Poncela e Margaret Atwood no Leituras...

...

Gettin better by the hour...

segunda-feira, abril 26, 2010

Ulisses (cont.) por Catarina M. M.

"Ulisses, quando viu a ilha ao fundo do horizonte foi vê-la e reparou que tinha uma estranha forma de barco. E Ulisses afirma para os marinheiros:
- Muito bem, podem desembarcar, chegámos a Barco de Canavezes!
E outro marinheiro discute com Ulisses:
- Não, Ulisses, nós chegámos foi a Barcolândia!
E Ulisses e o seu ajudante de marinheiro discutem. Passado aproximadamente meia hora um outro marinheiro interrompe:
- Não se fala mais nisso! Chegámos pois a Barcomarché!
E Ulisses e o seu ajudante de marinheiro aceitam a conclusão.
Finalmente desembarcaram e durante a sua estadia repararam que a população de Barcomarché era toda em forma de barco. Entretanto comeram salada de frutos do mar, gambas à moda de Barcomarché e outras coisas relacionadas com o mar.
Quando iam fazer o caminho de vinda repararam que a sua estadia tinha sido muito boa lá. Não há problemas no caminho de ida para Ítaca, pois como se sabe todos os caminhos vão dar a Roma!  O problema é que não conseguiam voltar se quisessem a Barcomarché, por isso tiveram que despedir-se com amizade daquela ilha tão bonita.
Finalmente chegaram a Ítaca. Os pretendentes de Penélope tentaram impedir que Ulisses voltasse a Ítaca. Mas, como Ulisses era muito astuto, conseguiu superar as armadilhas. Quanto a Telémaco, recebeu um telegrama a saber que Ulisses, seu pai, já tinha voltado. E finalmente acabou tudo em bem."


redacção criada para um teste de Português no passado 2º período do 6º ano de Catarina Muge Marcos, 11 anos. Embora não tivesse título, eu chamar-lhe-ia "Ulisses B". Por isso mesmo só teve a classificação de Bom... e não o Muito Bom obviamente merecido...

O Descaso dos Homens

A felicidade está onde a pomos.
É preciso reentrar no paraíso.

Pequena, animosa mata de ulmeiros.
Bolbo vivaz de begónia.
Um abraço. Beijo
que não finda suas dinastias.

O império de só matar a sede.
A sombra que um cego ainda descortina.





poema de António Osório in Décima Aurora

sexta-feira, abril 23, 2010

"Isso és tu que pensas!"

Pois sou. Sou aliás conhecido por pensar muito, demasiado até. Penso, penso, penso. E não páro de pensar. E sou eu a pensar. Sempre tem sido assim. Vês? Eis a cabeça que pensa. Anexos os olhos, a boca, os demais sentidos, sentires. Na prática eu estou todo do pescoço para cima, se pensarmos bem. Desculpa, mais uma vez fui eu a pensar. Desculpa. Mas o pensar é sempre um acto isolado. Há mais, mas este é um. Nunca acreditei muito no pensamento colectivo. Sempre que uma manifestação interrompia o trânsito eu  pensava: "não pensam... alguém pensou por eles!" O plano não é que pensem por mim, e pensar comigo não está descrito, não existe. E se queres saber o que eu penso...

"Lá estás tu com as tuas coisas!"

Claro, com que coisas querias tu que eu estivesse? São as minhas coisas, reproduções em pequeno de mim, o que falo, o que visto, o que mexo, o que transporto, o que deixo ficar mas não esqueço. Sou eu.  Deixo de existir? Abdico da natural expansão de qualquer ser humano criando em objectos reflexos de si, dourados ou não mas sempre sempre com aquela cor que dentro queremos ter, julgamos ter, sonhámos ter? Não, meus amigos, nem pensar! Vou estando, sim, vou estando. Rodo e translacciono, porque um planeta a tal me obriga. E algo mais faço mas só se com as minhas coisas. Com elas estou e estarei.

quinta-feira, abril 22, 2010

...

Relampejou. Agora chove apenas. Por falar nisso, fartei-me de levar cotoveladas!

quarta-feira, abril 21, 2010

Um curso mais.

Há grande variação nas metodologias de namoro. Não há grande variação nas metodologias de não namoro.



Lembro bem: o single dos Trovante, a canção dos Trovante mas do Fausto hoje Bordalo Dias, quarenta e cinco rotações, fui para e vim de Aveiro de comboio como se fôsse a pé.



Os danos colaterais não estão para avaliação. Por agora.



Há muito tempo esta ausência de fluxo.



O risco de lesão aumenta com a idade. O risco de lesão diminui com a idade. Agora escolha.



Há o risco da existência de uma outra lesão mas é difícil de ver, estreita janela terapêutica, difícil auscultação, o ouvido endurecido, idem o coração.



Não se visualiza o fim desta praia, menos ainda o seu tão esperado início.



Confirma-se a existência de más condições técnicas.



É difícil dizer se isto acaba aqui.



Não precisa o bico deste lápis de demasiada afinação, a melhor escrita a que é um pouco romba.



Uma falsa saída o isolamento. Pode ser a única.



Raro. No sentido de pouco frequente. No sentido de inacessível a uns dedos como os teus.



Acabarei por falecer.



Começo também a esquecer os que foram nossos dias, as que foram nossas coisas.



Talvez desprender-me um bocado.



O sangue que vai vem.



Lança em África / Lança (espetada) em africano.



Portanto, fala-me de futebol.



A tua é uma janela óssea, codificada a cor.



Evitarei o tempo real.



Buraco magno.



Não são preconizadas manobras de compressão.



Apresenta-se difícil a interpretação do obstáculo, pela patologia proximal e distal possível, ou seja, o antes e o depois.



Espero microsinais.



Quando olhas para mim, avalias?



Define-me segmento de vida.



Percebo agora o seu ir embora. Deixou-nos o silêncio.



Repercussão. Assimetria. Amortecimento.



Conheço esta cor: afastas-te.



Odeio estas alcatifas às pintas.



Porquê? Sim, o espasmo. Mas diz-me porquê!



Falha-me às vezes a diástole.



Estou efectivamente rodeado de técnicos.



Tentemos não trabalhar.



E se o ar condicionado lhe caísse em cima?



Eu vejo-os claramente associados, sobretudo de manhã.



Retrospectivamente gostava de não ter conhecido algumas pessoas. Restropectivamente gostava de ter conhecido melhor todas as restantes sem excepção.


Vejo o auto-contraste ao espelho.



Uma fácil: diz função!



Sim, ele vai soltar-se a qualquer momento.



Venha a endocardite. Estrague-se este órgão de tubos.



Eis o futuro. Rodeia-me. Exclui-me.



Súbitamente a titulação e a náusea. Esta alcatifa não me merece o vómito.



Ainda te lembras com era pensar bem, claro, luminoso?



Aspirina? Tomarei duas.



Redundante. Redonda a definição. Subsidiário também.

Dreamcar - Jaguar E

Não, eu não gosto de carros.

Fat Freddies Drop - Boondigga.



Outra canção da semana - smooooch! Um dos discos de 2009 - by the way!

Colide

Dos planetas diz-se que entram em conjunção e que mutuamente se potenciam, pobres bolas complexas a vogar por entre restos do pó primeiro.
A esta imagem prefiro a real colisão de duas galáxias, dois desertos de energia em batalha. Dois superpetroleiros a travar à entrada de um porto de águas profundas, debalde.
Afinal aprendemos que o céu é estrelado sempre e que os planetas não dialogam. Pobre Via Láctea, com o seu nome amaricado e cuja colisão com Andrómeda só está marcada para daqui a muitos milhões de anos...

Pensada de antecipação.

Ele deve haver cada foda!

Súmula

I do not own, so I will not give.

Senses

Thank God for Watermelon Sunrise! Simple pleasures always pay!

terça-feira, abril 20, 2010

Leonel Miranda

1.

Da flor à boca do enfermo
Temos a digitalina, es-
Treita janela terapêutica,
Medicina que é porta para
O desconhecido. Como o
Amor revigora, o coração
Late com outra força e
Parece ter mais espaço.
Porém, se excessiva
Esgota, bradicardiza,
Bloqueia, paraliza.

Não consigo porém
Imaginar morte mais
Doce, tomada por
Inteiro a caixa de
Lorenins de minha
Mãe
(a seguir).

2.

Dizem que deprime e
Entristece. Também
Como o Amor se
Passado. 
 
(livro O Porreiro Aprendiz de Feiticeiro, ed. Portanto, 2010)

Cut Copy - Hearts on Fire


Cut Copy - Hearts On Fire
Enviado por modularpeople. - Videos de musica, clipes, entrevista das artistas, shows e muito mais.


A música da semana.
Pure adren.

segunda-feira, abril 19, 2010

Ó Manel...

Isto dos nomes compósitos tem a sua coisa, tem o seu diestro. E terá o seu estro. E o esquerdo e um direito.
Há quase vinte anos aprendi a ser uma coisa, esquecendo por onde começava, por onde era o início do caminho. A rua completa era uma má lembrança. Só parte do bairro era do meu interesse. Hoje o início está mais correcto e coerente com os dias que vão sendo, esta confusão. Porque afinal tudo é muito simples. Então não é? Basta juntar água...

"Então, Manel, ainda não topaste?"

Hoje ainda

follheei o último Bilal. O desenho repete-se, é certo, e a temática possivelmente banaliza-se ao atacar o câmbio climático. Começa porém com Baudrillard: "água em pó: basta juntar água e obtém-se... água!".

Hoje

Por exemplo: "foda-se, já outra vez a festa da Senhora da Hora?" ou "a solução podia ser esta praia, podia ser esta praia a solução" ou ainda "define-me... duro!" ou outra vez "eu, que devia ir tratando daquilo que é meu, que sou... eu!" e finalmente "daqui a pouco é o Senhor de Matosinhos...!"

domingo, abril 18, 2010

Reunião Escolar, Educação Visual, Almada, Matisse e o que mais fôr...

6ª feira passada foi um dia atribulado, decidido em cima do joelho. Foi também um dia em que, algo contrafeito, fui a uma reunião de pais da turma da minha filha, convocada pela directora de turma, julgo que apenas e só por estarmos no início do 3º período do 6º ano - onde há umas provas de aferição - que como sabemos, para nada servem.
Lá fui. Cheguei atrasado - detesto chegar atrasado onde quer que seja não sendo eu a decidir o atraso... - e tive de sair mais cedo pois a minha filha, desterrada no ATL, corria risco de despejo. A reunião prolongava-se, vá-se lá saber porquê. Ou melhor, prolongava-se porque um nervoso e jovem pai estava a protestar pela nota - um 2 - que o seu filho tinha tido a Educação Visual e Tecnológica, vulgo EVT.
Sempre achei que em EVT, Educação Física e Educação Musical uma negativa precisava de desprezo ostensivo pela aula, deficiência mental manifesta, gene autossómico dominante a impedir qualquer penetração na matéria em disputa, ou comportamento sexual desviante. O miúdo em questão, rapaz para 4's e 5's nas restantes disciplinas, em EVT tinha levado 2 no 1º período e, apesar de ter garantido ao pai que se tinha esforçado mais, idem no 2º. Segundo o testemunho imparcial da minha filha, no momento da discussão da nota, ao argumento do miúdo afirmando o esforço extra, a professora teria retorquido: "Achas?!?".
Eu estava com pressa pois estava previsto mudar de país ainda naquele dia. E não gostava nada do estilo do discurso do pai em questão. Tudo isto não impede que provavelmente este miúdo esteja a ser vítima de uma injustiça. O representante dos pais foi lembrando que, enfim EVT pouco conta... a directora de turma foi dizendo que ela "não era da área" pelo que não podia opinar sobre...
Vamos por partes:

a) EVT é das disciplinas mais importantes do currículo do 6º ano da minha filha. Sobretudo o EV - que a associação do T não lembra ao escafandro, sendo a boa visão tão avessa aos itens da tecnologia. Ajudar a aprender a VER. Este é todo um programa e a isto se podia resumir. Será que o miúdo filho daquele pai se recusou a aprender a VER? Não conseguiu? Não queria? Como José Afonso declarou "Eu vou ser como a toupeira"? Duvido. Como avaliar? Como avaliar EVT? Roça o impossível. Como negativar em EVT? Imaginemos que um trabalho é desfeito e calcado a pés junto por um aluno. Performance? Um Beuys em potência? Imaginemos que um aluno destrói qualquer rotina de aula pedindo iteradamente para ir ao "urinol"! Duchamp? Ou ainda uma aluna leva três trimestres para acabar uma torturada obra plástica de difícil avaliação pelos colegas de turma, por iteradas dores de coluna, cefaleias, desmaios, para além de bilhetinhos a todos os rapazes. Frida Kahlo, não vos parece?

b) a professora directora de turma, rapariga bem apessoada da área das Ciências e da Matemática, solteira nos dedos e bem atirada nas formas, se directora de turma é tem de saber dialogar com todas as áreas de ensino a que os seus alunos são sujeitos. É uma obrigação sua. Ter de ir lá VER. Simpatia não conta. Dizer repetidas vezes às mães que os alunos têm de ser "humildes e esforçados" porque aparentemente grassa na turma uma epidemia de negativas em EVT não serve. Ou não serve ela para directora de turma, que ficou a ser a minha opinião.

c) para objectivar um pouco tudo isto vamos então aos clássicos, que é Almada Negreiros na Invenção de Um Dia Claro (1921) com o seu conhecido texto sobre a flor e a criança, terminando com umas frase de Matisse, Henri, que Almada usava como introdutório. Leiam:


"Pede-se a uma criança: Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.

Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era de mais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor!
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!"


"Je travaille tant que je peux et le mieux que je peux, toute la journée. Je donne toute ma mesure, tous mes moyens. Et après, si ce que j'ai fait n'est pas bon, je n'en sui plus responsable; c'est que je ne peux vraiment pas faire mieux."



Et voilà!

quinta-feira, abril 15, 2010

A practical joke (In what were you thinking, girl?)

Film "Falling In Love" by Ulu Grosbard

(De Niro & M Streep meet in a train)

"De Niro: You work in the City?

M Streep: No, I'm married..."

segunda-feira, abril 12, 2010

Luscious


Canto, os ardis em baixo. Virá o veneno mas em pequena dose e será demais. Nada temas, eu saio, eu já estou a sair. Vês? Saí.Podes voltar para a tua cesta, fechar os olhos, os dentes. Fechar os olhos.


07 Luscious.mp3

And again...

Again, folks!

Painted From Memory 1998

Burt Bacharach e Elvis Costello fizeram um album de uma qualidade imaculada em 1998. BB não gravava deste 1977. Este vídeo demonstra a grandeza da música em questão.

domingo, abril 11, 2010

Catch the Cat


Tenho sono. Ouço música daquela para acordar. Apareces-me pela frente como se fosses um powerpoint.


06 Catch the Cat.mp3

Madrid 0 Barcelona 2



Hoje o futebol, como muitas outras coisas, evolui e viaja no tempo a velocidades alucinantes. Os heróis de hoje eram crianças de ontem e os heróis de ontem são os descartáveis de hoje de manhã ao pequeno almoço. Isto tudo para dizer que acho absolutamente prematuro definir Messi como o melhor jogador de qualquer época, incluindo esta. O melhor jogador em campo, por ex., foi... Xavi Hernandez! Pois, o declarado e bem melhor jogador do Europeu de 2008! Aliás, não percebo os problemas que os espanhóis terão em pensar que se calhar o melhor jogador do mundo talvez seja espanhol, embora jogue no Barça!
Xavi é um portento de jogador, um passador de sonho, um visionário, um esteta. E o problema é que os heróis do jogo sempre serão os que melgor brilham no individual. Ontem Cristiniano Ronaldo (sim, ontem...), hoje Messi, anteontem Kaká, anteanteontem Ronaldinho Gaúcho...
Por isso faço aqui o louvor e defesa de um homem que equilibrava os dois braços da questão, Zinedine Zidane. Homem que a um tempo tinha o dote e a visão. Um príncipe do jogo, que até conseguiu passar pelo Real Madrid e sair com a sua estrela incólume.
Xavi Hernandez era a base do 1º triângulo mágico do Barça de há uns anos - lembram-se? Com Deco e Ronaldinho? Só que estes foram à vida e ele mantém-se no alto. Compensa não viajar, compensa ficar no Barça.
Bom, então, de Messi pode-se dizer que está na equipa ideal para ele - o Barça - e que fora dela se calhar desapareceria. Assim com Cristiano Ronaldo já esteve na equipa ideal para ele - o Manchester - e agora é uma caricatura do que já foi. A habilidade não substitui o jogo. Messi tem ainda muito para provar. A gesta de Pelé construiu-se efectivamente na sua recuperação para o mundial de 1970. A de Maradona construiu-se noum jogo contra Inglaterra e num Mundial que ele inventou e num Nápoles que sem ele não teria existido. Falta tudo isto a Messi. Portanto, portanto... reparem em Xavi Hernandez, reparem bem... e deixem o puto Messi - e já agora o rapaz Cristiano... - viver em paz!

sábado, abril 10, 2010

Outra

Também tenho conversado um pouco com o João Miguel sobre tudo isto. Ele ouve-me, é certo, mas depois não diz nada...

sexta-feira, abril 09, 2010

Walk On By take two

E portanto eis a versão Isaac Hayes - a mais curta - soberba, outra música, como disse.



E uma infeliz versão Diana Krall, achatando completamente a canção para uns exasperantes 5 minutos de aborrecimento. Diana, girl...

The Burt Bacharach & Hal Davis Songbook

Comprei recntemente da Rhino Records uma caixinha com 5 - 5 mini CD's dos anos 60 da Dionne Warwick - anos do seu lançamento a cantar os moços acima.
Aqui vão três Tubes das minhas três canções favoritas destes moços. As interpretações são supinas. As canções ainda mais.



versão LutherVandross com Warwick a assistir: "A House Is Not A Home"



versão Jamie Cullum com BBach a dirigir o show - "Make It Easy On Yoursel" é a mais extraordinária das canções, começando "a meio". Fantástico!



Não estando disponível vídeo de D Warwick a interpretar este "Wak On By", não é porém possível fugir a esta versão. Nem Aretha! Existe uma versão de/com Isaac Hayes... mas que é outra música.

Uma mija

O meu amigo, médico, às vezes também me conta histórias algo mais engraçadas das suas lides de que anda algo retirado. Pelos vistos uma vez tinha ele na sua enfermaria um arquitecto algo famoso da nossa praça, com uma complicação médica já própria da sua avançada idade... Estava a trabalhar no processo de outro doente o meu amigo quando vê  o genro do arquitecto avançar para ele com aspecto algo compungido e dizer-lhe: "Permite?" "Sim..." "Eu precisava de fazer um xixi, estou aqui um pouco apertado.. como sabe estou ali a visitar o Mestre...Z e a sra. enfermeira disse-me que se queria urinar tinha que ir lá abaixo ao átrio... tem mesmo que ser assim?" "Sim... tem... as casas de banho disponíveis são infelizmente só para doente umas, para funcionários outras... lamento!" Enfim, o meu amigo não lanmentava por aí além... "Mas uma pessoa está aqui com o Mestre...Z e fica apertado... entenda-me..." "Eu entendo... mas não o posso ajudar!"
Eis o nome do dito Mestre...Z usado para a chamada... "Cunha da Mija!". Tudo muito estranho, até porque eu não digo que estou apertado ao primeiro que me aparece... o meu amigo médicotambém não. O dito Mestre.... teve alta melhorado, mas mantendo o mesmo genro...

quinta-feira, abril 08, 2010

A equipa a abater

É o Barça de Messi! Os 4-1 contra o Arsenal e o poker de golos de Messi explicaram tudo.Foi Messi mas também todos os outros. Claro que é possível destruir o jogo do Barça - aliás a única hipótese possível - e é isso que Mourinho vai tentar, mas talvez o Bayern de Van Gaal seja mais dotado para conseguir... Agora o certo é que a medida é esta - a EQUIPA EUROPEIA do momento é o Barça, aconteça o que acontecer no Santiago Bernabéu no jogo com o Real, até porque o campeonato espanhol até já é pequeno demais para tamanha qualidade de jogo!

Driving round the music

The Doors, Amon Tobin, Stervie Wonder, John Cale, Digable Planets, José Mário Branco, Paul Murphy, Al Green, Baaba Maal, Billy Bragg, Cat Power, The Divine Comedy, Invidea (Indiana Cafe), Jurassic 5, Isaac Hayes, 4Hero, Jean-Michel Jarre, Alenko Brotherhood Ensemble.

quarta-feira, abril 07, 2010

Da morte algumas questões

Um amigo meu, médico, leu esta notícia no Público e atribuiu-lhe bastante qualidade. Foram tidos os criminosos do costume, Lobo Antunes, J e Serrão, D. Mais uns quantos que esses sim disseram coisas interessantes. Mais ainda, o artigo evitou cuidadosamente a palavra "encarniçamento", que recentemente se tem vindo a aplicar às situações em que o médico prossegue terapêuticas que afinal apenas prolongarão o sofrimento de um doente.... final. Encarniçamento é uma palavra muito feia. E enviesada. A morte está muito pouco na Medicina como pouco está na Sociedade. Hoje ninguém morre em casa, todos morremos no hospital. Mas o meu amigo médico poupou-me a prosseguir este também repetido raciocínio. "A morte? Queres que eu te fale dela? Olha, era eu muito novo e fazia urgência num grande, grande hospitaL. Ainda não havia INEM, os doentes chegavam da rua virgens de qualquer medida terapêutica ou manobra de ressuscitação. E havia que fazer alguma coisa, e fazias. E fazias e fazias e fazias. Mas era sempre tarde demais. Cheguei a assinar até quatro certidões de óbito numa noite, acho que foi o record. Novos e velhos. Por isso nunca me apanharás a dizer - muito - mal do INEM. Ora assim ganhas muita experiência da morte. Ai isso ganhas. E experiência em informar familiares da morte de um ente querido. Os tempos são outros? São, e não são. Estes médicos são produto dos tempos e das gentes à volta. Nas faculdades fala-se mais da morte do que antes. Fala-se mais ou menos, tal o ensino que há. Mas, por favor, mandem pró caralho a puta da palavra "encarniçamento", ok? Tás de acordo, não? Ora saboreia a merda da palavra..." O artigo evitava a palvra. Paguei-lhe um café.

Carlito Azevedo

Só no Brasil um poeta podia singrar (... ) com este nome. E mais do que isso: Carlito Azevedo (n. 1961) foi por ex. co-editor com Osvaldo M Silvestre da Inimigo Rumor. É portanto nosso amigo. Na Cotovia saiu este ano o seu volume de poesias "Monodrama", de 2009.


EMBLEMAS


(...)

Os rostos
se sucedem
nos monitores
dentro da
sala de segurança
do Banco
como projeção
de slides



todos ali riem
quando veem
um falso
Vladimir Ilitch
bêbado
se engraçando
com a jovem
olhos de guepardo
leitora de Rilke
seios grandes



Entre tantos
manifestantes
é ela quem arranca
a primeira
ereção do dia
do segurança
de óculos espelhados:



uma pequena
vibração
em um dia cheio
de vibrações



Uns olhos negros
que vi na Turquia
reaparecem
no rosto
do novo inquilino
para água quente
basta girar este
disco de cores até
o rubro
o incadescente

(...)

Adorei aquela tarde
no Hotel da Lapa
eu nunca imaginei
que você tivesse
seios tão apóstolos
seu coração está aí atrás?

(...)

As balas
são de borracha
o amor
está salvo

(...)



MARGENS.

7.


"Ele me pergunta se minha garota já foi casada
e eu: 'Não. Mas esteve muito apaixonada antes.
Aquele que ela amava foi ferido, gravemente,
seus órgãos saíam-lhe do corpo. Ela os
recolocou com suas próprias mãos, levou-o
para o hospital. Ele morreu. Puseram-no na
vala comumela o exumou, deu-lhe uma
sepultura.' Para ele, este simples
episódio é o cúmulo da virtude."

Pénis

Nada como este link para celebrar a minha volta de férias. Ah, Faculdade! Que saudade, que saudade...