sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Miguel Gaspar


Descobri-o a escrever na última página do Público e, para já, muito bem. Veja-se o texto de ontem intitulado "O princípio da Autoridade", não linkável pelas razões financeiras do costume...
A estar atento.

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Hipercaos


Já só tenho uma casa.

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O Sr. Sousa

Falo do meu amigo Sousa, Sr. Sousa claro, outro com idade para ser meu pai, 74 anos no activo. É o meu mecânico, ali da Leixonense em frente à Mauritânia, garagem aberta há mais de 50 anos. Não sei porém quem é de quem, tantas as suaves lições que o Sr. Sousa já me tentou dar sobre a complicada engenharia do Seat Ibiza ou da Renault Scénic. Devo-lhe ainda o ter levado o Ibiza à inspecção a semana que passou, e vou pagar-lhe depressinha, superstição que nasce do facto do meu amigo Sousa estar internado em Intensivos, com uma falência multiorgânica. Um seu funcionário, o Sr. Lugarinho, empregado ali 45 anos, desde os 15, pessoa tímida e fugidia de fala enrolada, terá chorado à beira do meu homem, sedado, ventilado, como uma criança. Lembro-me de ir deixar o Ibiza para uma qualquer revisão e encontrar o Sousa, no seu gabinete da garagem a ser escanhoado às sete e meia da manhã. Assim se faz, ssim se vive. Morador da Barranha, que é aquele bairro que liga Matosinhos à Sra da Hora, a enchapelar a zona da feira. Nasceu na travessa do Loureiro, que é cinquenta metros acima de onde moro. Matosinhos puro, um aristocrata. E eu peço encarecidamente ao Sr. Sousa que não morra. Mecânicos como o senhor haverá poucos. Gente, não conheço.

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O Sr. Augusto

Talvez seja coincidência mas o meu amigo médico repete dia após dia que a amizade está em crise e, para exemplificar, falou-me de um caso que passo a citar: "Vê lá tu o meu amigo Augusto. Vou-lhe chamar da forma que o trato habitualmente, tendo ele quase idade para ser meu pai: sr. Augusto. Conheci-o quando passei a tratar a sua esposa, portanto minha doente. Homem vindo de África, dos tempos em que Portugal a tarde e más horas ainda teimava em mandar os seus mais aventureiros para o trópico, nem sei bem qual é a sua arte. Às vezes contava-me com evidente orgulho peças e arranjos que inventava para ortopedistas ou equiparados. Um óptimo profissional. Nada pedindo para si, tudo para os demais. Bom prato, boa piada, bom amigo. Boa gente. Está a tentar reformar-se a tempo, antes de começar a arrastar-se pelo trabalho uma sombra do que foi, pois assim há quem queira que venha a ser todo um país. A esposa, talho da mesma cepa, tem estado progressivamente mais doente, mais limitada. Não tenho podido fazer mais do que monitorizar o seu declínio. Têm um único filho. Licenciado em relações internacionais mas quase sempre desempregado, influi muito o ter um déficit visual grave cuja real etiologia desconheço, adquirido já na infância e que lhe limita e muito as hipóteses de emprego. O mimo dos pais, é um homem-criança, condicionado pelo que atrás te contei. E podia ter muita pena dele, mas não tenho. É também afinal um ladrão, tendo já roubado os pais repetidas vezes, a última a semana que passou. O sr. Augusto anda desesperado. E eu com ele também. Pediu-me para marcar uma consulta para o filho, pois precisaria de fazer umas análises. Só se fosse para lhe dar um murro."
O meu amigo médico às vezes infringe aqui ou ali a deontologia.

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quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Para terminar de vez com a questão do Kosovo

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quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Os três amigos

São três uns amigos desse meu amigo, médico. E eles também sofrendo da mesma profissão.
Conhece-os há bastante tempo, anos, mais de dez. Acompanhou o seu crescimento, pelo menos profissional. Sobre aquele que mais importa, o deles enquanto gente, vislumbrou luzes, adivinhou sombras, calou receios. Algo mais velho, o meu amigo médico quase encontrou neles como irmãos mais novos, os que nunca teve, a fraternidade indizível que o sangue traz e leva, às vezes. Melhores sempre os irmãos que se adquirem, pensava, resolvendo.
E os anos passaram. Afastaram-se um pouco - bastante até os três amigos, como dedos de uma mão que crescessem demasiado e – plás! – quebrassem para articulação metacarpiana. Talvez o verbo partir fosse o mais adequado. Não pertence a este texto desenhar a geometria espacial neste momento de onde estão as três naves de que falo. O meu amigo médico detecta ainda e sempre sinais de vida - afinal, é a sua especialidade, monitorizar a vida das gentes e demais espécimens. A história das pessoas é como a história de um povo, implica um trabalho de memória, e diário. É combustível para alimentar o adequado julgar do gesto, aferir a direcção do caminho. Lembra-me onde estive e dir-me-ás para onde vou. O meu amigo médico sabe muito pouco destes seus amigos, ele imagina coisas, é conhecido aliás por sofrer de distúrbios da imaginação, linhas de texto que no início prendem mas acabam por cansar quem lê. Por isso acabo a dizer que o meu amigo médico está onde sempre esteve, em si próprio, que é a melhor das casas. E assim espera que as demais gentes estejam, pois os tempos não estão para que se diga de quem nos preocupa: “olha como ele está fora de si!”. É que só nós nos restamos a nós próprios, “en estos tiempos inciertos, en que (sobre)vivir es un arte”.

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quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Kosovo outra vez


Claro que a não independência da província do Kosovo é hoje uma impossibilidade, mas é para pensar o que vai acontecer aos sérvos que habitam no Kosovo, e cuja distribuição hoje em dia tem já uma geografia bem diferente e separada dos Kosovares, que na realidade são Albaneses. Albaneses como os Moldavos na realidade são Romenos, por ex....
Se se pode "não respeitar” a “integridade” da entidade sérvia, porque não “não respeitar” a “integridade” da entidade kosovar? Tendo em atenção que a junção desta língua de terra já só com sérvios à mãe-Sérvia levaria possivelmente à desintegração da Bósnia-Herzegovina, onde existe uma “República Sérvia”, ou até ao ponderar de uma possível integração do Kosovo na mãe-Albânia...
A pandora box it is indeed, and all this mess makes Putin look like a wise man... O que não quer dizer que eu concorde com o Moratinos...

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terça-feira, fevereiro 19, 2008

There are certain things...


Naomi Campbell

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Boa Sorte

Blas, boa sorte!

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Kosovo e Espanha

Não acabo de entender o que tem o Kosovo a ver com Espanha, e ainda mais recuso-me a acreditar que Moratinos tenha pedido aos kosovares o adiamento da declaração de independência até depois das eleições espanholas de 9 de Março...

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segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Autotransplante

para a SM

Como posso eu resolver
Este problema que eu tenho?
Como pode parte de mim
Fazer o difícil trabalho,
Resolver a custosa equação?

Eu li: é retirada a seiva
E corrigida, em mim afinal
Nada nunca houve que não
Obrigasse a correcção.
Depois devolvem-ma, o relógio
Pára, Jerusalém preparada e é
Domingo de Ramos um dia qualquer.

Nem uma palavra, que não se
Assuste a transfusão. E o meu
Silêncio vai derrubar estes
Muros, meses, para
Sempre.

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Clavícula

Suspendes o que separas.
Varandas, duas.
Num dicionário musical
Esta referência: "pequena chave".
Tocas e abre-se um
Cofre, portadas.
E porque tens esses braços todos,

Amarras.

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domingo, fevereiro 10, 2008

Um favorzinho...

é ler este manifesto e, se concordarem, assinar, please! A filharada agradece!

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quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Reis

D. Duarte e D.Pedro, no Leituras.

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terça-feira, fevereiro 05, 2008

Montmeló racista


Assim foram os treinos da F1 em Montmeló. Esclareça-se que se escreve "family". Estes gajos nem insultar direito sabem...