sábado, outubro 29, 2005

Férias

Outra vez ?!? No te jode...
Voltamos a oito, esperemos que com Espanha ainda...una...e que com algum vislumbre de solução para a minha hipovisão de daqui a 15-20 anos, a testar o ter que ainda conduzir um carro - e não ir de confortável e rápido ferrocarril - para ir até à minha amada Coruña...

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Maria Rita - Segundo


Maria Rita, você devia parar de cantar. Eu sei que canta bem, eu sei, é seu direito, terá a ver com as veias, sei lá, outros órgãos mais nobres ainda, mas pense bem, você é filha de Elis Regina, você é filha de um furacão, grau cinco ! Dessa mulher que a vida maltratou tanto, ao não deixá-la envelhecer connosco, ao cortar-lhe a garganta, você já pensou que a sua mãe tinha a garganta mais fantástica de todas ? Era uma garganta que estourava em cada espectáculo, parecia que para nunca mais, e no dia seguinte voltava dourada, ferida de lantejoulas, faiscando mil cores, com uns olhos de azeviche por cima, por entre os fumos. Portanto, Maria Rita, eu comprei o seu primeiro disco, e possivelmente até venha a comprar o seu segundo mas, juro vou rezar para que seja o último. Porque vê-la cantar não me dá alegria. Ouvi-la cantar levanta o rasto incendiário de outra voz mais grande por trás, a de sua mãe. Peço desculpa, mas é assim. Voz que falava de um outro mundo, onde gritando pedia impossíveis. Forte e mais alto como nunca ninguém. Ninguém.
Para os mortos a melhor homenagem é o silêncio, e se cantavam, lembrá-los a uma só voz: a deles. Posted by Picasa

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quarta-feira, outubro 26, 2005

1984 - David Sylvian


Agora que D Sylvian volta em trio com Steve Jansen e Burnt Friedmann (Nine Horses o projecto) lembremos o álbum estreia a solo - 1984 - o brilhante Brilliant Trees. Só pelo tema-título (a meias com John Hassell) que fecha o disco já teria valido a pena. Posted by Picasa

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terça-feira, outubro 25, 2005

Que doentes estamos...

Hoje a Catarina não teve aulas. Ontem sim, foram dadas pela professora estagiária, a qual foi dizendo que a professora... titular estava doente, portanto... terça gazeta, mas que quarta estivessem descansados os meninos, a doença já estaria curada. Por um lado fiquei contente pelo controle sobre a maleita que a professora da minha filha aparenta ter. Deve ser uma mulher de carácter. Por outro lado também fiquei contente por ela trabalhar numa escola pública. Com a frequência que a senhora adoece já teria sido despedida num qualquer colégio privado.
A esposa de um amigo meu é enfermeira num hospital. No seu serviço há 4 auxiliares, 4. 2 estão de baixa por depressão. Quando ela questionou 1 dos auxiliares sobre a situação ele respondeu: "pois é, e assim tenho 82 horas a mais ! Mas quando elas vierem vou eu de baixa por depressão, limpinho ! E depois vai a nº 4 também !" É o que eu digo, os portugueses têm poderes mágicos: tratam a doença por tu, começam-na, acabam-na, definem-lhe a gravidade e a domiciliação...

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Lá estavas tu na FNAC...

Comprara o teu livro em outro hipermercado, meia hora antes, fôra portanto ao Arrábida como que fazer um domicílio e encontrara-te da melhor forma, a escrita, na preta Almedina. Depois, o domicílio ainda por fazer e recambiado para norte, enderecei o devaneio consumista do costume para a FNAC, uma volta dos tristes como dava de carro com o meu pai todos os domingos pela ria, agora culturalmente muito superior. Cêdês, um e dois e três, passar pela poesia à procura dos nomes do costume, os desgostos do costume também, a ti não que já te levava debaixo do braço. E lá estavas tu, a recuar um passo e a salivar palavras de jovem para uma penetrante criatura do sexo feminino, o olhar perdido de quem quer e não quer estar ali a fazer aquilo, encartar conversa. Rodeei-te e declinei o verbo "passar ao lado", não queria interromper a justa batalha que travavas. Aliás, não te interrompo há um certo tempo. Os cêdês já estavam na minha mão, de jeito nem um livro de poesia, o teu ainda não sei, hoje ainda não sei, juro. A FNAC é como um casino para mim, nela perco muito dinheiro às vezes, outras vezes não. Só te posso portanto agradecer o ter voltado mais cedo para casa.

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Biblioteca Online do Conto

Também em www.ficcoes.net pode-se encontrar a Biblioteca Online do Conto, onde se pode "adquirir" em versão digital alguns contos de autores portugueses (e um do Machado de Assis) tais como Nemésio, Mário de Carvalho, Aquilino, Eça, etc., etc. Tempo haja, e serei cliente !

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Ficções de Verão


Comprei com algum atraso a revista Ficções de Filmes, o extra-série de verão. Segui as tendências amor-ódio habituais e li de imediato dois dos três contos de americanos. Recomendo o Scott Fitzgerald Babilony Revisited. Em www.ficcoes.net o conto do Paul Auster está online. Que mais queremos ? Que a Ficções continue, e pelos vistos a Caminho vai providenciar isto mesmo. Ó comunistas, fixe, meu ! Posted by Picasa

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segunda-feira, outubro 24, 2005


já a jura é urbana e pós-moderna, buscando a emotiva mas correcta reacção ao possível abandono ou devaneio femininos. E é uma das melhores canções da fase tardia do Rui Veloso. Estas imagens vêm directas do site do artista, secção do Tê. Se não as conseguem ampliar para ver melhor,é ir lá.


Jura que não vais ter uma aventura
Dessas que acontecem numa altura
E depois se desvanecem
Sem lembrança boa ou má
E por isso mesmo se esquecem

Jura que se tiveres uma aventura
Vais contar uma mentira
Com cuidado e com ternura
Vais fazer uma pintura
Com uma tinta qualquer
Que o ciúme é queimadura
Que faz o coração sofrer

Jura que não vais ter uma aventura
Porque eu hei-de estar sempre à altura
De saber
Que a solidão é dura
E o amor é uma fervura
Que a saudade não segura
E a razão não serena
Mas jura que se tiver de ser
Ao menos que valha a pena
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o fado do ladrão enamorado é uma letra do C Tê superlativa, sobre a qual o Rui arremeda uma coisa-assim-como-que-um-fado com um efeito isqueiro/fogueira mais plus. História da música portuguesa, amén.



vê se pões a gargantilha
porque amanhã é domingo
eu quero que o povo note
a maneira como brilha
no bico do teu decote

e se alguém perguntar
dizes que a comprei
ninguém precisa saber
que foi por ti que a roubei
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domingo, outubro 23, 2005

O Rui

Rui Veloso


Sei De Uma Camponesa


Sei de uma camponesa
Sem campo sem quintal
Que canta debruçada
Ao sol da seara
O trigo na cara
De suor tão debulhada

Sei de uma camponesa
Que dança à noite na eira
Perfumada de avenca e feno
Enfeitada de tomilho
E canta com a expressão
De quem vai ter um filho
Mesmo pelo coração

Sei de uma camponesa
Que nunca enche esta cidade
Nunca se senta à minha mesa
Nunca me leva à sua herdade
Para ouvir um trocadilho
Para tornar realidade
Um sonho que perfilho



era assim em 1980, "Ar de Rock", tinha eu 16 anitos, e canções assim, com letras assim e cantadas daquela maneira, "com a expressão"... não havia. E todas as miúdas giras viraram na minha cabeça subitamente camponesas...

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mas os aveirenses querem outras coisas... Posted by Picasa

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Folhas, luz... e um rio. Posted by Picasa

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segunda-feira, outubro 17, 2005


E a capitania há 100 anos... sem necessidade de fazer a fotografia em contra-picado para evitar o bicho hediondo imediatamente por trás... Posted by Picasa

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A monstruosidade - a detrás e a da frente, em "restauro"... aliás o Centro Avenida faz parecer a implosão do prédio Coutinho um mero capricho de crianças. Posted by Picasa

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Aveiro Triste


Não posso gostar de Aveiro, a minha capital de distrito. Terra linda e de localização imelhorável. Que deixou morrer as salinas para depois lhes pôr uma auto-estrada em cima. Que esventrou a capitania para ficar apenas com a casca que se vê aqui, tudo por causa do tal Centro Avenida. E depois deixou construir o Fórum ali a 15 metros, matando todo o comércio pequeno que não seja de ovos moles (é verdade, eu vi) e desertificando o centro - que pena cidade ainda tão pequenina e já tão deserta... - era difícil fazer tantos erros/crimes urbanísticos numa terra só, mas Aveiro conseguiu - eu sugeri aliás à Ria que como castigo secasse o canal de S.Roque...  Posted by Picasa

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quinta-feira, outubro 13, 2005

O Sá

O Ruizito sempre é vereador... mas no desemprego! O seu homónimo Rio pô-lo a dormir ao relento, que faz bem aos músculos, etc. Corneado e posto fora de casa! É obra!

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terça-feira, outubro 11, 2005

O Polegarzinho


O Teatro de Marionetas do Porto está a re-passar no auditório do Ballett-Teatro, à Arca d'Água, a peça O Polegarzinho, para os mais novos. Uma lição de teatro infantil, uma lição de teatro. Até 23 de Outubro. Posted by Picasa

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Portic

E já que falamos nas crianças, ide, ide ao Google e procurai o portal porTIC, de "acompanhamento da utilização da internet nas escolas do 1º ciclo".
Com origem no Instituto Politécnico do Porto etc., etc., tem... nada.
No link de sites para crianças temos portanto a Disney, Smartkids, a Sony, o Pokemon... e o www.holidays.net!
O Ministério da Educação recomenda portanto o Pokemon! E umas boas férias...

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Godinho

A todos os que dizem que já não é preciso fazer política, eu sugiro que esperem o seu filho/filha à porta da escola da Rua do Godinho, em Matosinhos. À porta uma multidão de gente variada, o povo mais puro de Matosinhos, gente do porto, dos restaurantes, do comércio, gente desempregada, muitos avós, tios, irmãos mais velhos, algum que outro “quadro”, eu por ex. Porteiro não há, que o estado e os pais decidiram não pagar. Vem uma auxiliar e depois da campainha a porta é aberta. Uns pais que entram, outros que esperam, a confusão mais completa. As velocidades diferentes de crianças com diferentes idades, saltando, pulando, buscando a amarra do familiar que vem buscar. Não há criança que daqui saia sózinha, os tempos são assim. Vizinhos levam vizinhos, ou param os miúdos mais “generosos” – Espera pelo teu pai , ó Migueli! E o Miguel espera.
E as crianças? São fantásticas! E não é este o momento para ficarmos tristes, embora seja fácil perceber que grande parte destas crianças de Matosinhos “não irão longe”. Por limitações que lhes serão impostas pelos pais, pela sociedade, pelo estado demitido. E que naquele preciso momento em que trespassam a velocidade do som ao saír da escola, estão a acontecer, lenta mas seguramente. E porém são fantásticas, estas crianças. E por hoje é isto! Os portugueses podem não ser grande coisa, mas as suas crianças são o máximo!

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Este fim de semana lá tivemos outra vez que despachar a Mauresmo em Filderstadt. Posted by Picasa

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segunda-feira, outubro 10, 2005

O Charlie do Tim


Visto. É Tim Burton puro e duro. Na excelência visual, nos esquematismos, nos timings e no respirar de escolha duvidosa. Mas eu gostei muito. Julgo que as várias formas de viver este filme estão num link espanhol no Sr. Blas que é o El Criticon: 3 críticas, nem mais nem menos... PS 1: o miúdo parece o Tim Henman (tenista) enquanto criança. PS 2: hei, Johnny, pára de imitar o Michael Jackson... Posted by Picasa

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O Porto Primeiro...


Se se confirmarem as previsões, a CDU ao perder o seu vereador entrega a maioria absoluta da Câmara do Porto à coligação apoiante de Rui Rio. Nada que não fosse de prever: a votar em Rui Sá, não se sabia muito bem em que se estava a votar. Meu amigo, portanto 4 anos para nada, não foi? Podias ter-me perguntado, eu explicava-te: corno manso não ganha voto. Posted by Picasa

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sábado, outubro 08, 2005

Apoio a Peseiro (em contraciclo)

Acabo de ver a 1ª parte do Portugal-Lichtenstein, que está empatado 1-1. Ah, não que o gajo não marcou penalti, Portugal 0-1 perde por engano de...
Meus amigos, é despedir o Scolari e pôr o Peseiro, até ele perceberia que ninguém a fazer de Deco equivale a "dia santo na loja..."

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Rua do Almada

Não desço com a frequência desejada à minha queridíssima cidade do Porto. E hoje passei, parei aliás na rua do Almada. Outra dia falarei do porque. Hoje o importante é explicitar que na rua do Almada está tudo explicadinho: ninguém pode fazer a rua do Almada até ao fim e não ficar convencido de que o Rui Rio tem que sair da Câmara do Porto. O que vi de novo? Um painel de auto-estrada em frente do Infante de Sagres a anunciar o túnel de Ceuta "dele".
Rui, lembra-te que estás no Porto, portanto, ó meu, vai-te foder!

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sexta-feira, outubro 07, 2005

De Niro, Meryl Streep, 1984


Em 1984 Ulu Grosbard, um Belga director da Broadway, um homem do teatro portanto, dirige o seu 5º filme: "Falling In Love" com De Niro e Meryl Streep. Trata-se de um melodrama suave e morno, suburbano, sobre duas pessoas casadas que se apaixonam, sem saber sequer muito bem porquê. Vi este filme dezenas de vezes. Já não o vejo há anos. Que medo tenho de o voltar a ver ! É um pastelão, um tearjerker anos 80, servido por grandes actores. De Niro então... A banda sonora do costume por Dave Grusin. Mas não interessa, está muita coisa ali, por entre os silêncios, as hesitações, a linguagem corporal e as boas e as más coincidências.Life is but a tearjerker. E vidé texto do NYT a defender este"meu" filme: http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9A00E6D81438F93AA35751C1A962948260 Posted by Picasa

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quinta-feira, outubro 06, 2005

That Joke Isn't Funny Anymore

Park the car at the side of the road
You should know
Time's tide will smother you
And I will too
When you laugh about people who feel so
Very lonely
Their only desire is to die
Well, I'm afraid
It doesn't make me smile
I wish I could laugh

But that joke isn't funny anymore
It's too close to home
And it's too near the bone
It's too close to home
And it's too near the bone
More than you'll ever know ...


Kick them when they fall down
Kick them when they fall down
You kick them when they fall down
Kick them when they fall down
You kick them when they fall down
Kick them when they fall down
You kick them when they fall down
Kick them when they fall down


It was dark as I drove the point home
And on cold leather seats
Well, it suddenly struck me
I just might die with a smile on my
Face after all


I've seen this happen in other people's
Lives
And now it's happening in mine


I've seen this happen in other people's
Lives
And now it's happening in mine


I've seen this happen in other people's
Lives
And now it's happening in mine


I've seen this happen in other people's
Lives
And now it's happening in mine
Oh ...


I've seen this happen in other people's
Lives
Oh ...
And now it's happening in mine
Happening in mine
Happening in mine
Happening in mine
Happening in mine







The Smiths, 1985. Vinte anos depois, Marr & Morrissey still get it all right, don't they ? Um hino de Morrissey para outros inmusicável, e para o qual Marr encontrou as melhores soluções, embora não fosse single para top of the charts...

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Nighthawks at the Diner, 1975


Não sou um especialista em Tom Waits, mas este disco de 1975, gravado em estúdio mas genuinamente ao-vivo (os amigos, as bebidas, o fumo... tudo, dizem, verdadeiro...), é uma curtição. Dizem, dizem, que há melhor música deste homem, mas this one is a feel-good record, e um de causar inveja, claro, pois em cada intro, em cada encadear do piano, em cada anedota, fica o desejo impossível de lá ter estado. E portanto comida frequente no meu prato, este Tom Waits. Posted by Picasa

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NYT, o Grande Canyon e o Creacionismo

Nós aqui na Europa não sabemos o quanto a discussão sobre o creacionismo e a sua penetração nas escolas públicas está a perturbar o ... digamos senso-comum norte-americano. Há uns poucos de anos o estado do Arkansas proibiu que a Teoria da Evolução fosse ensinada nas escolas públicas. Julgo que uma contra-ordem do Supremo Tribunal Federal conseguiu impedir o dito. Ver pf esta página do NYT's: http://www.nytimes.com/2005/10/06/science/sciencespecial2/06canyon.html?hp&ex=1128657600&en=8fc8f41ec2ec6c4e&ei=5094&partner=homepage

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quarta-feira, outubro 05, 2005

Turquia 3

Outra razão temos para querer a Turquia na União Europeia: para nos fazer companhia... ora leiam este comentário no site da OCDE:
"OECD countries have seen significant increases in the proportion of the adult population attaining tertiary education over the last decades. In 2002, for the 25-64 year-old population, 16 countries out of 30 are grouped together within a range of 10 points between 23 and 33% of the population having attained the tertiary level. Three of them are performing remarkably high: Canada, Japan and the United States. Conversely, two countries are significantly below this average percentage in tertiary attainment where less than 10% of the population attain tertiary qualifications: Portugal and Turkey."
Portanto, o nosso nível educacional é comparável ao turco, embora se se fizer a subanálise dos 25-34 anos nota-se um pequeno acelerar português, resultado do pulular recente de cursos e cursinhos...
É impressionante este nosso atraso, mais ainda quando por exemplo a nossa esperança média de vida ao nascer é cerca de 10 anos superior à turca!

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Melilla


Às centenas, quase todos os dias. Em Ceuta e Melilla. Mais grave este problema do que os turcos. Mas por igual não sabem os governantes europeus o que fazer. Posted by Picasa

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terça-feira, outubro 04, 2005

Turquia 2

Voltando ao tema turco, e agora que, por enquanto, começaram as tão faladas negociações, vejamos os argumentos em contra que eu citei ontem de um diplomata britânico, e a resposta possível aos mesmos:
a) “O que começa coxo tarde ou nunca se endireita”. A deficiência motora referida não é culpa da Turquia, mas de um corpo diplomático europeu que não prima pela coerência de processos nem pela transparência de intenções. Endireitar o raquis só pode indicar o cumprir dos compromissos assumidos...
b) “Não é possível uma negociação honesta quando não há unanimidade nos governantes, e menos ainda no eleitorado”. Se começarmos pelo eleitorado, o desvio da opinião pública em contra o acesso turco à Europa serve para muita classe política poder escudar-se no: “não somos nós, é o povo que é contra, é estúpido, tem medo...” Há que esclarecer, explicar, desmistificar, etc. Lembrar por ex. que antes de 2015- 2020 não haverá entrada, que a Turquia já tem uma união aduaneira com a UE, que os turcos não têm culpa de serem muitos... Esclarecido o eleitorado, não restará outra opção aos políticos que esclarecerem-se a eles mesmos...
c) “Alega-se que a liberdade de opinião na turquia ainda não é completa”. Na lei parece que já o é. De qualquer forma, o acesso à UE será sempre um processo moroso e de lenta negociação. Leis por cumprir devem ser vigiadas, e julgo que o detalhe referido rapidamente se tornará num exemplo de um passado que se quer distante.
d) “O acesso turco devia primeiro ser enquadrado num mapa mais vasto que definisse até onde quer a UE expandir-se”. Plenamente de acordo mas...mais uma vez a UE deixou os trabalhos de casa por fazer, mas não por culpa da Turquia. A Ucrânia pediu o acesso à UE em 2004, a Turquia em 1963. E a Ucrânia será um país de absorção muito mais difícil. Será que apetece mais por estar mais disposto a vender-se por completo a preços acessíveis ?
e) “As instituições europeias estão um caos, e a Europa não sabe como governar-se a 25, quanto mais...” Primeiro todo o processo de negociação (embora falhado...) da cosntituição envolveu já a Bulgária e a Roménia. 2º, cada vez mais a Europa se afirmará como um xadrez de países em sintonia preferencial e menos como um quase-estado federado. Já vimos que o federalismo não vai ser o caminho escolhido, até por distanciar ainda mais o eleitorado do poder realmente executivo. O xadrez é o caminho, só falta articular melhor as peças...
f) “A questão do norte de Chipre” é também um escolho importante. Com o qual, repito, a UE não soube lidar adequadamente, ao tomar partido. É com a Turquia dentro e não fora das instituições europeias que possivelmente, com o passar de eventualmente mais uma geração tudo se pode resolver.
g) “E resta o genocídio arménio”. Pede-se por uma verdade histórica. Suponho que a Turquia também a deseja. Mas seria a Turquia o primeiro país que, no presente, precisaria da caução de historiadores em relação ao seu passado para poder decidir e orientar o seu futuro. Difícil de explicar...
Só nos resta desejar boa sorte aos turcos... e com eles aos europeus como um todo !

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segunda-feira, outubro 03, 2005

A guerra civil iraquiana já começou

Senão leiam: http://www.metimes.com/articles/normal.php?StoryID=20050927-062331-5847r

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Não esquecer, a 9 de Outubro é votar contra este senhor... Posted by Picasa

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Problema ? Nã, são apenas 70 milhões, os turcos...


Hoje, 2 de Outubro, existem ainda dúvidas sobre se amanhã começarão as negociações para a entrada da Turquia para a União Europeia.
É este um passo de gigante, e um passo que só grandes estadistas e uma União coesa e "popular" conseguiriam dar sem grandes sobressaltos. Por isto tenho eu dúvidas sobre o sucesso do dia de amanhã.
O acesso ou não da Turquia à União Europeia (UE) devia apenas decorrer dos critérios de Copenhaga explicitados para todos os outros países que antes acederam. Infelizmente não será assim. Será a mais política das decisões, e com isto não ganhará nem o povo turco nem o grosso dos europeus.
Deve ser a UE a zelar por que em todos os seus membros exista igualdade de direitos e deveres independentemente de credo, raça, etnia, partido ou sexo; independência do corpo judicial, submissão do mando militar, democracia vigente e estável, e um corpo de leis que se pareçam no seu geral às que atravessam a sociedade europeia e que matizam um estado mais ou menos social, fazendo uma gestão harmoniosa das diferenças e das desigualdades.
Se isto se verificar na Turquia, pois que seja muito bemvinda. Se não, não.
E devia ser só isto. Mas não vai ser. Outras questões dominam a decisão de amanhã. E nem todas são particularmente justas para o lado turco, levando a uma vitimização deste, que pode obscurecer o mais importante, acima enunciado.
Vejamos por ex. a questão de Chipre.
Nos anos 60, era a Grécia governada pela chamada ditadura dos coronéis, um golpe militar de direita pretendeu unir Chipre à "pátria-mãe" grega. A Turquia, então também um regime semi-militar pelo menos, respondeu ocupando parte da ilha e defendendo os cipriotas turcos, ocupando um pouco mais de territa, just in case. E até hoje. Repare-se portanto que o problema começou na parte grega da ilha e não nos turcos. Estes, para suprir o excesso de terra conquistada, chamaram colonos da Anatólia... Enquanto isto, a comunidade internacional só reconhece a parte grega da ilha. A UE inclusivé já tem Chipre como membro do clube. A parte grega portanto, assim completamente legitimada, pretende impor condições draconianas para a reunificaçãoo a uma comunidade turca isolada, e mandou o plano da ONU às malvas (foi aprovado em referendo pela comunidade turca e rejeitado pela comunidade cipriota grega). Porém foram os cipriotas gregos recompensados ao serem recebidos na UE com toda a pompa. A UE criou o precedente de receber no seu seio 2/3 de um país, sendo que o outro 1/3 só é reconhecido e tem uma relação umbilical com outro país - que é candidato à UE desde 1964. Brilhante !
Outra questão: o genocídio arménio.
Durante e após a 1ª Grande Guerra, o Império Otomano implodiu, daqui nascendo a Turquia. Na periferia leste do país, o povo arménio, usado ou ajudado pelos russos, revoltou-se contra os turcos. A coisa correu-lhes muito mal, os nºs divergem, mas pelo menos algumas centenas de milhar de arménios ficaram pelo caminho.Estamos a falar de uma história nada agradável que aconteceu há 80-90 anos. Felizmente ninguém pede à Áustria alvÍssaras pelas maldades do defunto Império Austro-Húngaro... Que a Turquia pode e deve fazer as pazes com a história, e também com um país com quem agora tem fronteira comum - a Arménia - claro que sim. Nunca antes questões assim foram decisivas para a entrada para a UE. Imaginemos que para o acesso espanhol Madrid tivesse que tornar primeiro público quem teve razão na Guerra Civil espanhola, etc., ou derrimir de uma vez o problema vasco... Por outro lado creio que a palavra "genocídio" foi utilizada pela 1ª vez/criada para a Shoah (o holocausto judaico), e repetiu-se o seu uso apropriadamente para o drama ruandês. E se calhar por aqui ficamos. A etnia arménia terá sido barbaramente expulsa de um espaço geográfico, com muitos mortos de ambos os lados, mais obviamente do lado que perdeu. Isto não é um genocídio, por pesado que seja o balanço de vidas perdidas.
A verdade é que a perspectiva da entrada da Turquia na UE daria a esta uma dimensão pluricultural única "imparável". A Turquia é dos países culturalmente mais ricos do planeta Terra. A Europa "nasceu" na Anatólia, pois por ela entrou o Homem pela 1ª vez no "continente-eleito", e parece ser o velho Anatólio (que não tem nada a ver com o Turco...) a língua mãe de todas as línguas indo-europeias ! O cerco de Viena pelo Otomano no séc. XVII hoje só pode ter como resposta muito mais que um tratado de paz.
Só que os actuais governantes europeus não estão à altura do desafio.
Para verem como aqui se usa e abusa da pluralidade de ideias leiam: http://euobserver.com/?aid=19984&rk=1

Nota à imagem em cima: Istambul, lembro, é efectivamente a maior cidade europeia, ó senhores puristas da geografia, mais populosa que Paris, Londres ou Moscovo. Tem também por m2 mais história do que todas elas juntas... Por outro lado, como sabemos não é a Europa mais do que uma península da Ásia...
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domingo, outubro 02, 2005

Paços de Ferreira, Capital do Móvel


Hoje a minha filha surpreendeu-me queixando-se de muitas dores de cabeça. Tem 6 anos, vai fazer 7. Fiquei sem apetite. Negativado o meningismo e a febre, faltava acalmar o choro e a cefaleia. 100 mg de ibuprofeno e muito contacto fisico depois (colo, etc.) a coisa passou. Pudemos jantar em paz e sossego, e até vimos alguns episódios dos Lunnis. Só posso agradecer à minha filha não ter visto o Paços dar 3-0 ao Sporting. Obrigado, Catarina. Posted by Picasa

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