quinta-feira, março 31, 2005

O Metro Enterrado , o Hospital Enterrado

"Hoje, autocolantaram-me com uma mensagem anti-metro, a cause da polémica metro à superfície, metro enterrado.
Parece-me, meus amigos, lana caprina vs o escândalo do centro comercial clandestino em terrenos do hospital onde-todos-vamos-comer e comprar uns iogurtes no supermercado. Esse sim, escândalo major, e por resolver.
Sobre o metro e o seu envolvimento com a frente do hospital, neste momento não há um pingo de objectividade nas avaliações feitas. Algumas pessoas não sabem que a Circunvalação vai ser enterrada, só ficando a circular à frente do hospital autocarros, táxis e o metro. Se a Circunvalação fica enterrada, claro que o acesso rodoviário ao SU teria que ser enterrado, não ? Esta zona vai ser reurbanizada, e suponho que a frente do hospital ficará mais livre, mais respirável. Já termos o parque A sem carros estacionados tinha sido uma primeira ajuda...
Claro que puseram uns muros sem dar cavaco às tropas, e etc etc., faltaram ao respeito à velha senhora, pois. Mas não é um pouco tarde para preocupações ecológicas quando os pavilhões provisórios (que duram há 15 anos) das consultas foram erigidos sobre árvores de fruto ? Pavilhão sobre pavilhão, anarquicamente as construções têm aparecido, como por ex. aquelas ruínas em tijolo na ala nascente por entre grandes eucaliptos...
E não me falem de parque da Asprela, porque a palavra parque tem uma definição, repito: "Campus" só há um, que é o... centro comercial clandestino de quem já ninguém fala."

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quarta-feira, março 30, 2005

Cinema

Três textos, sobre Elephant, Pale Rider e Bloodwork, em www.imsucks.com, na página de cinema.

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terça-feira, março 29, 2005

Cinco Semanas Em Balão e o Racismo do Sr. Verne

Talvez a internet seja o espaço adequado para dar uma resposta à pergunta que eu vou fazer, mas sabiam que o Sr. Júlio Verne era racista ?
Recebi grátis a 1º volume da colecção de livros de J Verne que "O Público" vai fazer. Já tinha decidido não prosseguir esta colecção, até por já ter bastantes volumes de J Verne, e achar a apresentação e a concepção desta colecção bastante pouco pensadas (volumes maçudos, sem aquelas imagens clássicas a pontuar as edições mais antigas...). Ora acontece que adoro ler J Verne. E ao folhear esta 1ª obra, da qual já mal me lembrava, reparo que, ao passar-se literalmente "sobre África", não cessa de fazer comentários aqui e ali sobre a bestialidade das suas gentes, a sua "parecença" com outros primatas (assim vistos ao longe, de um balão...), o seu primitivismo atávico, etc, etc. Claro que é um livro escrito no e para o séc. XIX. Mas quem o publica agora é um jornal do séc. XXI, e para ser lido por jovens, e sem uma explicação correctora a acompanhar. Livros como "Robur, o Conquistador", "20000 Léguas Submarinas" e "Viagem ao Centro da Terra" são clássicos do livro de aventuras. "Miguel Strogoff" é uma epopeia e um livro dos mais apaixonantes que eu já li em toda a minha vida. O "Raio Verde" é uma lindíssima novela de amor. "5 Semanas em Balão " é um livro racista, como se calhar o século em que foi concebido. Mas, meus senhores, será a leitura juvenil ideal, hoje em dia ?

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segunda-feira, março 28, 2005

Terri Schiavo

Ao mesmo tempo, outro debate, completamente diferente, está a acontecer no estado da Florida: uma mulher nova, sofreu há 15 anos uma paragem cardiorrespiratória, aparentemente dentro de um contexto de bulimia/medicações/hipokalemia grave. Actualmente vive em estado vegetativo persistente (dúvidas, não dúvidas...), respirando expontaneamente, etc., numa clínica de cuidados continuados, e é alimentada por um tubo de inserção percutânea que conecta com o estômago, isto porque ela não consegue deglutir.
De há anos a esta parte, existe uma luta entre marido e pais sobre a suspensão ou o continuar deste tipo de alimentação. Neste momento foi decidido não pelo marido mas por um tribunal a suspensão da alimentação e da hidratação pela gastrostomia, assim se chama a coisa, devido a segundo a lei do estado da Florida estarmos perante "medidas excepcionais e artificiais de manutenção de uma vida", e isto numa doente "sem qualquer perspectiva de recuperação e com o diagnóstico de estado vegetativo persistente".
Terri Schiavo está viva, embora a sua vida de relação não exista. Consegue-se obter imagens da TAC cerebral desta doente pela internet (!!!) e efectivamente o seu cérebro é residual. Mas respira expontaneamente, o seu coração bate, os restantes órgãos funcionam.... A discutir, seria de discutir a colocação da gastrostomia há 15 anos... tirá-la agora, independentemente do não sofrimento efectivo que se esteja a provocar, parece-me ser aqui que se está a cruzar uma linha perigosa.
Mais, se segundo a lei a remoção da gastrostomia é legal, e portanto vai-se matar quem cerebralmente já cá não está, porque não uma perfusão de opiáceos ou de um anestésico, ou cloreto de potássio (suprema ironia nesta mulher !), de forma a que não restem dúvidas que Terri Schiavo morre sem sofrimento, e o sofrimento da família é mais rápido, e o caso menos mediático ? A lei não permite não é ? Para todos os efeitos estamos a matá-la à fome e à sede e, a matar existem formas muito mais suaves e indolores.
Claro que este caso suscita efectivamente uma espiral de debate sobre a eutanásia. O caso de Ramón Sampedro não.

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Mar Adentro 2

Um passeio breve pelo forum do Imdb sobre este filme demonstra como é difícil ser objectivo quando o tema é a eutanásia. Ou julga-se ser a eutanásia. Aparecem declarações de ódio, outras de fé, comparações com filmes prévios alegando plágio (como ?), etc. A história de Ramón Sampedro não é um plágio de nada, existiu, e a lógica do seu raciocínio está aparentemente bem defendida no filme: "este não sou eu, deixem-me acertar o relógio e morrer".

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Mar Adentro


Esta é a minha primeira referência - provisória portanto - ao filme " Mar Adentro", que classifico na categoria dos "imperdíveis". E não pelo tema, que muito também se diria -e em havendo tempo se dirá - mas sobretudo pelo FILME. Um hino será mas nem à vida nem à morte. Sim à liberdade, meus caros, e à coragem de a afrontar. Contra ventos e ... ouçam no fim o poema. Posted by Hello

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sábado, março 26, 2005

Bocca Tango


Este é o cartaz de um espectáculo de ballet que o Ballet Teatro Argentino, fundado por Julio Bocca, tem arrastado pelo mundo fora nos últimos 3-4 anos. O que eu conheço é a banda sonora. Ancorada em Piazolla mas passeando pelo tango antigo e algumas coisas mais, é um disco lindíssimo. Ah, o espectáculo também já existe em DVD, etc.
O tango argentino é o sonho feito música de uma das maiores e mais poéticas epopeias de emigrantes, onde portugueses e os nossos vizinhos galegos participaram abundantemente. Por razões boas e más é a saga latinoamericana menos mestiça, mais europeia. E não serve este texto para reflectir sobre isto, apenas para chamar à atenção para um disco, um sonho, um bailado, um rio dito "da prata", e uma cidade que por alguma razão há muitos anos decidiram chamar de "Buenos Aires". Posted by Hello

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quarta-feira, março 23, 2005

Pale Rider


Como tive direito a sessão dupla, aqui se refer também o agrado ao (re?)ver o filme "Pale Rider". Curiosamente muita gente se preocupa pelo facto de o argumento seguir de perto a do western clássico "Shane". Alan Ladd tinha que usar tacões altos, Clint Eastwood não, e as minhas preocupações ficam por aqui. Muits outras críticas abatem-se sobre alguns maneirismos que vêm directamente do mamilo do western-spaghetti, e se pertencessem a S Leone ninguém diria nada, como é C Eastwood, este anjo negro com marcas de balas nas costas "não podia ser". Reparem bem, aqui se vê que, se este aluno é mais clássico no mexer da câmara, na composição detalhista de algumas cenas, na ocasional pincelada barroca, o mestre Leone é samplado, como agora se diz. Um western bem catita.  Posted by Hello

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Bloodwork


"Bloodwork" é o penúltimo filme realizado por Clint Eastwood, e com a sua presença como actor-âncora. É um filme pequeno. Vale a pena ser visto. É o 24º filme realizado por, o que faz do actor C Eastwood dos realizadores americanos com sucesso mais prolíficos, assim uma espécie de W Allen sério e com uma queda para o western e a acção. Realiza com regularidade, e usa quase sempre a mesma equipa: comparando com "Pale Rider", filme de há 20 anos, quem faz a montagem é a mesma pessoa, idem para a banda sonora, e a fotografia pertence a um rapaz que em 1985 trabalhava nas luzes do "Pale Rider" como gaffer... Vou tentar escrever sobre em imsucks.com  Posted by Hello

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terça-feira, março 22, 2005


Stone, Sharon. Posted by Hello

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Monster 2 e Basic Instinct 2

E agora vamos tentar o mais improvável, que é cruzar estes dois filmes. Senão reparem: o retrato de Aileen esculpido por C Theron é o de um animal, um bicho que vive nos outskirts de uma cidade da Florida, e com cuja cidade interage através da venda de sexo, recebendo em troca comida, bebida, e o direito a sobreviver. Aileen não dita as regras, os limites da sua jaula estão claramente delineados nos passos que a sociedade lhe permite, após a sua criação. A adolescente desenhada por C Ricci é uma criança perdida a crescer, também ela à procura de alimento, da vida sabe nada ou pouco, a sua fraqueza de carácter revela-se em como as coisas lhe vão aparecendo pela frente e ela as aceita e aceita, de desgraça em desgraça, incluindo o homicídio. Se há aqui amor ? Isto são coisas de bichos, reflexos, mediadores a saltar e a explodir em cada frame, com os espasmos de paragem a corresponder a um esgotamento das vesículas de descarga.
Claro que Aileen acaba mal, o seu telefonema sacrificial sendo talvez o único rasgo de "humanidade" que o filme lhe permite. Amor ? E não é ser amado uma necessidade básica ?
Curiosamente "Monster" não se refere à figura protagonista, mas sim a uma roda gigante de uma feira popular, metáfora de Aileen para a tal "outra vida" que ela por momentos pondera em como adquirir, a wheel of fortune that for her only has one way: down.
Agora vamos ao "Basic Instinct". Well, they're animals after all, aren't they ? And it's animals stuff ! E a Stone mais que nada é isso: um dos mais sofisticados bichos que já apareceram nas telas do cinema.

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Pretty (nauseous) Woman


Ir ao site do IMDB e aceder aos foruns permite perceber que existem mais pessoas na terra a considerar o filme "Pretty Woman" um filme particularmente cretino. Todas as qualidades que o filme possa ter, a revisão agrisalhada do Gere-charm, a revelação J Roberts, não justificam a visão rósea da prostituição, manchada em duas horas com apenas dois ou três parágrafos ou imagens menos doces. Julia Roberts é efectivamente um achado, mas nunca por nunca a imaginamos atrás do muro em negociações. Por isso, e na sequência, a visualização dum filme como "Pretty Woman" tem que desembocar num tipo de tristeza terminal, curiosamente paralelo paradoxalmente à náusea atroz que o filme "Monster" causa. Hooking tradition isn't what it used to be.  Posted by Hello

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Monster e Charlize Theron


"Monster" é o tour de force de Charlize Theron, é o filme onde esta menina sai do saco das louras para o saco das estrelas de cinema que-também-são-grandes-actrizes. É um filme que, ao ser dominado pela grande performance-transformativa de Theron, é de difícil crítica. Ela é superior. E o filme, um bocado perdido às vezes, é muito interessante de ver, and is food for thought. Onde parece falhar será apenas que é o personagem Aileen que falha, ou a pessoa, e a sua psicopatia, resultado daquilo que no filme está: uma vida filha-da-puta. E a prostituição não é aqui nada simpática, e os gajos que lá vão menos ainda. E, reparem, outra vez, a Christina Ricci num papel muito bem feito. Posted by Hello

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segunda-feira, março 21, 2005

So

Computer fixed. www.imsucks.com back wednesday.

Insónias e Instintos

Não, não é a insónia que me persegue e tira horas de sono, é a sensação de todo um mundo a desmoronar-se e a ausência de uma alternativa credível.
Adiante: por isso lá vi o "Basic Instinct" pela enésima vez. Por razões de todos conhecidas é um filme que em têvê cumpre sempre a sua função: assegurar um share mínimo e contínuo, com a malta à espera do interrogatório do cruza-descruza-cruza-a-perna, e muito hipersexo por ali a acontecer.
A Sharon Stone domina amplamente o filme, leva-o às costas (whatever) do princípio ao fim, ultrapassando algumas propostas fílmicas mais soezes, mais bacocas ou menos conseguidas do amigo Verhoeven. Dizem ser este filme um "remake"/"remix" do "The Jagged Edge" (argumento de Joe Esterhaz) e de um anterior filme holandês do realizador ("O 4º Homem"). Não conheço, não sei, cheguei tarde demais. O filme tem imensos defeitos mas tem, para além da Stone (making movie history), uma banda sonora mt ok, um cheiro a Hitchcock mt aceitável (ou a Brian de Palma ?), e... Michael Douglas.
Neste filme este nosso amigo está particularmente desagradável. E espero que seja de propósito. Um home adicto sofre aqui a maior das adicções, e não se lhe pode discutir o gosto ! "The fuck of the century" ! Exagerados... Por isso estamos a falar do instinto da base da pirâmide, a cola que faz um polícia ficar "alectuado" com uma mulher que ele sabe guardar um picador de gelo debaixo da cama, just in case (o tal fim fraquinho do filme ...).
Não havia melhor actor para demonstrar esta tese, mas o arrepio provocado não deixa de se misturar com alguma náusea e...

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sábado, março 19, 2005

Esta coisa dos espanhóis

Esperei um pouco antes de escrever sobre, mas realmente as coisas não andam bem.
Como sabemos, nos últimos anos a presença de trabalhadores na área da saúde, enfermeiros e médicos, espanhóis em Portugal tem aumentado com regularidade. Em enfermagem tal temacontecido por um déficit em fornecer o número de profissionais que o mercado de trabalho precisa e isto a coincidir com um superávit no país vizinho. Na área médica pelo mesmo superávit existir também em Espanha cria-se um pool de tarefeiros qualificados acessível e muitos jovens médicos espanhóis, em igualdade de circunstâncias, concorrem para o internato de especialidade aqui e entrarem e conseguem uma especialidade, voltando depois para Espanha uns, outros não.
A presença desta gente cá só pode ser bem vinda. Primeiro porque assim o espanhol cada vez menos é o outro, o do lado de lá, e passa a ser gente normal, com as idiosincrasias individuais e colectivas a que tem direito. E o português assim fica menos pequenino. Segundo, porque em muitas áreas, se não houvesse o espanhol não havia ninguém: não havia enfermeiro, não havia médico de família, não havia interno a fazer a noite de urgência, etc. Terceiro, isto, meus amigos, é a União Europeia: concursos abertos, contratos conhecidos, igualdade de oportunidades, cursos com a mesma matriz (senão melhor), etc. E o problema da língua não o é, porque profissionais sanitários não são turistas em Fátima: querem fazer o melhor e rapidamente aprendem a falar com e a entender o doente, e este raramente se queixa. A coisa do dinheiro para as estradas tem destas contrapartidas aborrecidas. Ao contrário do que um estúpido editorial do Notícias Magazine escrito pela Sra. Isabel Stiwell a 6/3 possa sugerir, não se trata de "importação pelo ministério da saúde". Acreditem: eu, se pudesse, por razões pessoais já estava a trabalhar em Espanha. Acontece que o mercado lá é muito mais duro que o nosso, e está saturado. O nosso não, e é só.
Ultimamente todos os carros com matricula espanhola têm sido parados pela polícia de fronteiras no sentido de obrigar quem cá trabalha a legalizar a situação destes carros e pagar a coima e os impostos adequados (os mais altos da europa). Não discuto o conteúdo, até por ser parte interessada, mas sim a forma. Meus senhores: perseguir enfermeiras até ao estacionamento do Continente e aí dar-lhes voz de "Alto !" ? Porque não enveredar pelo tráfico de droga ? Talvez a polícia passe a ser mais simpática... E nada disto tem a ver com o facto de 25% de uma coima elevada poder assegurar uma Páscoa mais desafogada, pois não ? Uns amigos meus foram tratar da legalização dum BMW à alfandega do Freixieiro; aproximaram-se dois polícias, um deles à paisana: "Espanhóis ? Lindo carro ! Médicos, não é ?"
To serve and protect... é nos filmes ! Cá é estudar o quanto rende a multita...

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sexta-feira, março 18, 2005

Na Morte do Pai de Um Amigo

"Nunca pensei mas cabes inteiro
Numa destas camas. Vertical
E horizontal, eu e tu, em trabalhos
De separação. Eu que até já
Me despedi de ti, e eis que fico
Sem emprego, como
Coincidem
Estas coisas na vida.

Mas este hospital pôs-te
Uma máscara que é
Como uma mão na cara a
empurrar-te
Para o fundo. E contra
Essa máscara, que não te
Entrega oxigénio
Mas sucedâneos,
Nada podes.

E nem este espaço é já o
Meu, nem tu vais esperar
Nem mais um dia para deixar
De ser meu pai. "

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quinta-feira, março 17, 2005

Tempos Difíceis

Os tempos são difíceis. Ou estão, tanto faz. As ruas já não são seguras. Num qualquer semáforo podemos ser assaltados. O insulto está a preço de saldo. Julgávamos ter qualidades que nos tornaríam imunes a determinadas situações vexatórias. Mas não. E vamos a correr para o ginásio. Fazemos constar ser para manter a forma, para abater o pneumático. Mas queremos sim criar aquele músculo perdido para quando num cruzamento as coisas correrem mal, num concurso formos humilhados ou nos ameaçarem com um taco de basebol.
Há uns anitos, nomeadamente antes do "Trainspotting" e dos "Quatro Casamentos", uma common joke era dizer que os ingleses não tinham jeito para duas coisas: comida e cinema. O cinema britânico era considerado uma chatice. Daí a minha curiosidade em ver um filme dos anos quarenta de Michael Powell e Emeric Pressburger, "The Life and Death of Coronel Blimp". Filme contemporâneo do "Citizen Kane", a ele foi comparado, pelas ousadias de montagem. Pouco depois realizariam "The Red Shoes", o filme que todos referenciam como a melhor obra da dupla.
Mas, onde quero eu chegar ? O filme conta a história de um militar que atravessa as duas guerras mundiais, a primeira e a segunda. É uma "reflexão" sobre o "cavalheirismo" dos oponentes em 14-18 e a ausência do mesmo em 39-45, o que justificaria um tipo de reacção pelos aliados nada cavalheiresca. Afinal era um filme de propaganda, 163’ dele, muito bom mas isso. E uma justificação para os bombardeamentos de Dresden por os alemães não terem pedido licença para fazer a blitzkrieg. E com completo desconhecimento do Holocausto, ao ser realizado em 1943.
Um amigo meu, que é médico, comparava recentemente o serviço de urgência do seu hospital a algumas cenas da "Lista de Schindler". E sobre determinado concurso falava de uma "desmedida desvergonha na sequenciação dos candidatos na classificação final".
Salvaguardando o neologismo e a extensão da frase, e por o que ele me descreveu, trata-se de uma situação a la "Coronel Blimp": blitzkrieg revisited, sem respeito pela linha Maginot. A França está invadida, e não há Aliados. E o Holocausto, meus amigos, neste momento é público.

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O Próximo Filme Disney

O próximo filme Disney é uma longa metragem do mundo do Winnie-The-Pooh e chama-se "À procura do Heffalump". É o 4º filme para cinema baseado no mundo de A. A. Milne, sobre o qual a Disney adquiriu os direitos e com o qual está neste momento a ganhar mais dinheiro do que com o Mickey & co.
E quem é o Heffalump ? Quem tiver a curiosidade de ler as histórias originais percebe que o Heffalump não existe. É uma mirabolante invenção das cabeças ocas dos animaizinhos de peluche que constituem a fauna da Floresta dos Cem Acres. E a piada é essa. O nome, aliás, nasce da gaguez desse improvável herói que é o Piglet.
Ora no filme da Disney, pelo que eu já vi do trailer, o Heffalump existe, tem cor, fala e pula, e até tem uma mãe. O Heffalump não existir era demasiado imaginar, para a Disney. E não se podem vender bonecos, porta-chaves ou canecas de uma coisa imaginada.
A Disney destruiu mitos tão poderosos como o de Hércules, histórias tão estimulantes como a do Aladino.
Acreditem, das minhas maiores tristezas nos últimos dez anos é o urso Pooh ter sido comprado pela Disney.

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O Sonho Americano

O sonho americano: o que é ? Vejam os filmes Disney e já percebem. Agora: há alguma coisa no quotidiano americano que se aproxime minimamente do ideal Disney ? Não admira que depois os americanos andem todos mocados ! Esclareço: vi hoje o nonagésimo filme americano semi-independente de adolescentes em crise que mete morte, violações paternais, fuminhos e banda-sonora grunge e percebo, afinal percebo: tudo isto é uma sequela dos filmes Disney mais clássicos, contra os quais a vida real não se pode comparar – há sempre um paraíso perdido na mira da mente americana, um útero, um espaço aberto, um céu sem limites que te espera algures. Infelizmente, as mais das vezes o encontro com o destino apenas se obtem de uma forma química, e já está. Depois na meia idade curam-se, nascem-outra-vez, passam a ir à missa diariamente e votam republicano.

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terça-feira, março 15, 2005

E que mais ?

Computador crashou. I.E., www.imsucks.com parado.

E que mais ?

Computador crashou. I.E., www.imsucks.com parado.

segunda-feira, março 14, 2005

Amadeus

A observação intermitente de um filme não permite outros florilégios que não lembrar a grandeza de um filme que já não se via há muito tempo.
E reparar por exemplo que Jeffrey Jones é (assaz bem) utilizado como o obscenamente imbecil Imperador José II ("too many notes !"), como posteriormente será o infeliz amante da Annette Bening em Valmont, figura hierática de capitão espadachim a quem tudo acaba por correr mal.
Podíamos ainda falar de como Milos Forman checo naturalizado americano em 1975, tem feito filme de temática sempre libertária, seja na música (Amadeus), seja no amor (Valmont), seja na comédia (Man on The Moon), seja no sexo/pornografia(Larry Flint). Ou ainda no glosar do tema da anti-psiquiatria(One Flew Over the Cuckoo's Nest). Talvez por isso os poucos filmes feitos.

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domingo, março 13, 2005

Pois...

Pena não ter atropelado o Hugo...

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E então para onde vamos ?

É de manhã. Como sobreviveríamos sem a TSF ? Ao acordar tem sempre a sensação de ter acordado para um novo mundo. Os passos que dá, sempre se fazem anteceder de uma hesitação, como se a gravidade tivesse descido uns pontos entre ontem e hoje, ou o planeta fosse diferente. Reaprende-se a cozinha, o banho, os telhados em frente. A janela que embacia mais do que as outras, sabe-se lá porquê.
E no trânsito pensa-se o mesmo: afinal é assim viver neste mundo. A TSF dá as restantes explicações. O Polo alugado era como uma nave espacial fretada, havia sempre um ou dois truques ainda não conhecidos, o orientar dos reflectores, por ex., obrigando a manobras cervicais dolorosas, porque era uma fila confusa de carros em guerrilha surda, e já era tarde. Ao fundo, à direita, o sujo hospital.
Com o sinal fechado, no lugar do morto uma agenda dos afazeres, nomes e nomes para visitar. Abriu o sinal, apitaram, seguir e rodear para a esquerda, estacionar em parque pago pela companhia. Ao menos esta regalia ainda não lha tinham tirado. Eram nove da manhã, o hospital estava ali, à sua frente, já limpo da bruma da manhã, e parecia-lhe um maremoto, uma imensa montanha de algo contendo em si um número não determinado de mortos, ou pessoas em vias de sê-lo. Outra profissão seria benvinda. Suspirou e atravessou no verde.
Enquanto subia em passo moderado a rampa para o piso 2 de acesso pensou que, vista do ar, esta rampa explicaria porque, àquela hora, o hospital parecia atrair tanta gente, e tão diversa. A rampa, com uma subida e uma descida, tinha a forma de um íman. E assim doentes, familiares, fornecedores, crianças a vender pensos, médicos, enfermeiros, gestores, e muita mais gente bichanavam o seu caminho, quase todos para entrar, uns poucos saindo de uma noite bem ou mal passada. As batas, os casacos, as fardas, os gessos, tudo sinais de identificação tribal. Nem na “Guerra das Estrelas”. Entrou, à direita o banco. Ao contrário de todos os colegas que conhecia, achava prático ter uma conta naquele banco. Á esquerda onde comprar o jornal, tomar um café. Uma menina cigana vendia pensos. A vigiá-la à porta a irmã, grávida.
“Bom Dia, Mercitani, Alexandre Gomes” “Bom Dia” E um crachat de acesso. Bom, tinha que entrar, e entrou. A administração acabara de fazer obras. “Com o meu dinheiro”, pensou. E sentiu-se um pouco revolucionário, ao pensar assim. Suspirou, e começou a subir escadas.

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sábado, março 12, 2005

O desastre Nacional

O resultado de ontem do jogo Porto-Nacional talvez sirva para perspectivar um pouco melhor este Porto 2004-2005 e perceber que a catástrofe anunciada já podia ter sido prevista há alguns meses.
Treinador novo tem vida fácil quando o treinador anterior saiu em desgraça. Senão, é o diabo. Mourinho saiu em ombros, ou mais ou menos, e a equipa era o seu espelho, não o espelho do presidente do clube. Algumas regras do Porto, de um certo espírito espartano e rigoroso, deram-se muito bem com o consulado Mourinho, mas eram apenas detalhes sem importância: ainda lá estão hoje, e de nada servem.
A realidade é a de uma equipa com muito poucos artistas e que desaprendeu um modelo de jogo e ainda não aprendeu outro. Isso era o que rapidamente queria fazer Del Neri, os outros treinadores ao arriscarem uma transição mais lenta desembocaram no plano zero, como ontem. Muitas lesões, muita venda e alguma velhice também ajuda à festa, para além da máquina automática de optimizar jogadores não estar a funcionar (ver Quaresma, Postiga, Hugo Leal). Um pouco de paciência também ajudava, até porque a 2ª leva de compras no morro não parece estar a trazer nada de jeito.
Talvez este período também possa servir para retirar o tempo Pinto da Costa do pedestal e analisá-lo melhor com todas as suas qualidades e defeitos.
Embora, claro, o Porto ainda possa ser campeão.

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sexta-feira, março 11, 2005

11-M

Faz um ano hoje. E podíamos ter sido nós.
Podíamos ?
Hoje talvez não seja um bom dia para ser incorrecto, mas vamos tentar.
O 11-M destituiu o Sr. Aznar. Quem disser o contrário mente. Vale, eu estou contente por isso, não era só pelo bigode que esse senhor me parecia um cripto-fascista. Convém porém lembrar que civis iraquianos morrem por semana tantos quantos os que morreram no 11-M. Ou seja, em um ano, o Iraque já viveu cinquenta e dois 11-M's. E o Mr. Bush ainda lá está, e para durar.Dizem que se não fosse ele não havia eleições municipais na Arábia Saudita (sem o voto feminino porém...), ou que o Líbano não estaria onde está hoje: eu esclareço para os distraídos: à beira da guerra civil.
Mas sem 11-M o Sr. Aznar teria ido embora ? A política, meus senhores decide-se hoje na europa com a bolsa (que faz pender as decisões de voto para a direita) e com o medo do outro (idem aspas). Às vezes morrem umas quantas pessoas, e dá-nos a vergonha na cara. Presentemente na Itália, estamos à porta disso mesmo.
Podíamos ser nós ? Eu não, obrigado, que vou para o emprego de carro. Talvez vinte anos antes, quando vinha para a faculdade no suburbano e no 79 ...
Morreram então as pessoas erradas ? Não vou ser tão incorrecto, pois matar as pessoas erradas é sempre o que o terrorismo faz, para conseguir o seu objectivo: provocar terror.
A pessoa que morre morre sempre erradamente (excepto talvez no Texas).
Se a segurança de Atocha estivesse entregue aos americanos, tudo teria sido diferente, claro !
Li ontem um artigo do primeiro-ministro belga (um Durão Barroso lookalike) sobre o futuro da europa: economia, economia, economia.
Frankly, I'm getting bored of being an european !

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O Ricardo

O Ricardo é um bom português: tem fúrias, tira as luvas, dá dinheiro à mãe, é fiel à sua moça. Mas como qualquer português também tem um medo, um bloqueio, e que é a subida às alturas. Se de um árbitro o futebol já vai em quatro, porque o Sporting não pode jogar com dois guarda-redes, um para as partes baixas, o outro (que não o Ricardo) para as partes mais de cima ?
Haja quem te compre, e é o nanas !

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quarta-feira, março 09, 2005

Estamos melhor, estamos

Sim, os tempos estão complicados, e nada seguros.
Sobre o assassinato recente do líder tchetcheno Maskhadov, convido a ler este artigo do Le Monde: http://www.lemonde.fr/web/article/0,1-0@2-3232,36-400935,0.html. E estoutro do Moscow Times: http://www.themoscowtimes.com/stories/2005/03/10/001.html.
Li algures que Putin é um líder fraco. Livrem-me dos fracos, que com os fortes posso eu bem.

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Chelsea-Barcelona

Life's hard and them you die !

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O Hugo

Pobre rapaz, todos os jogos é assim: corta bem, distribui, mostra raça, corpo, salta, regateia, até aquela - uma - jogada fatal, uma só mas que chega e sobeja para entregar o jogo ao adversário. Lembrar que o Polga já fez o mesmo uma mão cheia de vezes este ano, ou que o Rogério foi padrinho da criança, não chega, Hugo é hoje um ícone da contra-cultura, uma espécie de anti-herói. Tem a minha solidariedade. Se pudesse atropelava-o, claro.

"Pobre Hugo deslocado, se não te querem
nem os asnos de feira, as tuas pernas são
gesso perante o adversário, e a fraqueza
humana impede-te infância, doenças,
mulher, filhos
."

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domingo, março 06, 2005

Eu não "dezia" ?

Primeiro escrevemos umas peças, mais ou menos históricas. Depois pomo-nos a escolher poesia. A seguir vamos ao jantar de velhos inimigos e adquirimos o mesmo diapasão visual, a mesma inclinação 6 menos 5. Uma manifestação com o Louçã à distância de 4 metros, nem isso, e já está: ministro dos negócios estrangeiros dum governo de esquerda. Ó Freitas, ao menos a Zita Seabra era feia, o que sempre é uma desculpa como outra qualquer para a burrice !
Go home !

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Uma Préssinha

Um amigo meu, que é médico, contou-me por alto toda a história da urgência de um grande hospital da nossa cidade, cuja urgência esteve em vias de colapsar, dizem.
Pelo que eu percebi a ameaça foi sol de dura pouca, pois perante a iminência da catástrofe, a administração do mesmo terá cedido.
Fiz algumas perguntas ao meu amigo, e as suas respostas, embora telegráficas, foram elucidativas:
"Mas os médicos que lá estão são bons ?" "Muitos são do pior que há, nem para tratar uma gripe servem !" "Mas então eles irem embora não seria o mais adequado ?" "Depois tinha que lá pôr-se outros !" "E antes destes quem lá estava ?" "Quem lá estava não gostava, e não quer voltar !" "Olha que não entendo..." "Pois é , tudo isto é muito complexo..." "Então os que ficam..." "São um mal menor !"
Nova crise marcada para daqui a um, dois meses... Um hospital que não gosta de ter uma urgência aberta, o melhor é fechá-la !

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A Globalização e a Eutanásia e o que mais se verá...

O filme espanhol "Mar Adentro" de Aménabar, ganhou o Oscar para melhor película estrangeira. E assim finalmente chega a Portugal o facto cinematográfico do pais-ao-lado de 2004: sem Oscar não sei se o veríamos por cá. Globalização ? Nem na península !
Já muitos sabem tratar-se da história de um tetraplégico acidentado que quer morrer e não o deixam. É uma história real, passou-se na vizinha Galiza, os ecos aqui foram alguns. O filme - ainda não o vi - foi o êxito de bilheteiras de 2004 em Espanha.
Um filme não fecha o debate sobre a eutanásia. Mas pode abri-lo. Assim acontecerá em Portugal, espero.
Uma amiga minha, que é enfermeira, conhece uma situação similar que se está a passar nos intensivos de um hospital perto de nós. Um rapaz, que fez 32 anos recentemente, ficou tetraplégico após um acidente, e muito pouco depois, dependente de ventilação artificial. Está consciente, colaborante, tem uma cadeira de rodas com ventilador portátil que lhe permite circular pela unidade, e dali - unidade - não sai há 2, 3 anos. Sobre a história dele mais não contarei. Parece-me porém que o hospital que lhe deu a vida - o rapaz em subagudo fez uma paragem cardiorespiratória e foi reanimado, ficando a partir daí ventilador-dependente - não sabe o que fazer para ele.
Sucede que ultimamente este rapaz tem sido entrevistado com frequência por rádios e inclusivé alguma televisão, tendo como motivo o filme acima. Acrescento, embora não queira adiantar o desfecho da história da película, que o nosso rapaz está muito mais vivo que presentemente o herói do filme, totalmente mais vivo... vivo, enfim ! Mórbido ? Lembro que um tetraplégico não tenta suicidar-se pela simples razão que não tem como consegui-lo. Conhecendo o director da unidade em que o rapaz se encontra, de certeza ele foi defendido numa primeira abordagem, e estas entrevistas são desejadas até por ele, em desespero de causa para quebrar uma rotina absurda que passa pelas necessidades mais básicas e a dependência quase total do outro. De qualquer forma... irão propor-lhe ver o filme e comentá-lo ? E depois oferecem-lhe ajuda ? Para o quê mais precisamente ?
Um filme muito interessante e de alguma forma sobre este tema é o "The Elephant Man" de David Lynch (ver texto imsucks.com). No fim o homem-elefante deita-se, e assim resolve a sua vida. Este nosso amigo só se poderá deitar "e resolver a sua vida" com ajuda, tal como fez o herói galego do filme em questão.
Finalmente sugiro uma visita a http://www.infomedula.org/, o site do Hospital Nacional de Parapléjicos de Toledo, Espanha. O nosso amigo hospitalizado já lá esteve e, sabe-se lá porquê, quer para lá voltar. No site tem um artigo de opinião sobre o filme e outras coisas que é bem interessante, e algo mais optimista.

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quinta-feira, março 03, 2005

E então para onde vamos ?

“Amei-vos uns aos outros como eu vos Amei”. Um papel com estas palavras estava amarrotado no chão à porta do restaurante. Fazia frio e soprava um vento brusco e seco em Viana do Castelo. Era quinta-feira e o Benfica ia arrasar o Beira-Mar para a Taça. Esquecendo os problemas à volta do tempo verbal, o umbigo do mundo por ali andava: “uns aos outros”. Soava a promíscuo. A vida é como as doutrinas, cheia de contradições. Quando se entra num restaurante e se diz: “uma pessoa”, das duas uma, ou se arranja uma cara executiva, o que logo obriga a material anexo condizente, sobretudo, pasta com computador portátil, telemóvel a retinir de uma forma constante, ou então pede-se desculpa. Não se conseguiu, tentou-se uma companhia mas não apareceu, ou não há e pronto. O aparelho de ar condicionado despedia naves extraterrestres para outros mundos, e o empregado desistiu de sugerir um vinho, pois ninguém o ouvia. Fazia frio lá fora, e depois ? Era inverno, sejamos racionais. “Uns aos outros”.
Quanto amor havia neste restaurante ? Reparemos na empregada que está a servir a mesa três. Espelha a sua cara horas e horas de trabalho. Enrugadamente discrimina e rejeita as sandices que lhe são distribuidas por esta e aquela mesas. Pede os pratos como aritmética mas não falha um detalhe, um talher mal colocado, o jogo de copos inadequado. Serve e pergunta: “está a gostar ?” E o amor dela ? Aquele sorriso cansado que acabou de trocar com outro empregado será mais do que um pouco de solidariedade operária ? O Benfica não arrasava ninguém, e neste restaurante não se descortinavam soluções. A famosa dúvida sobre que sobremesa escolher podia servir como a metáfora que se segue: há na vida alguma forma de escaparmos todos ao bolo de bolacha ?
Ao sair do restaurante pegou no papel amarrotado e depositou-o numa papeleira. Daria má-sorte fazer isto ? Tinham-lhe telefonado, teria que devolver o Audi, os imprevistos, as mil desculpas. O telefonema fôra antes do desprezar da mensagem divina mal atempada verbalmente, e a má sorte já vinha de muito antes.

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Percebem ? Sou indestrutível ! Posted by Hello

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By The Way

Há nova música em www.imsucks.com

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